Werdum revelou sofrer atualmente uma série de problemas médicos, inclusive uma lesão no cérebro (Foto: Reprodução)
Publicado 18/10/2024 12:00
Ex-campeão peso-pesado do UFC, Fabrício Werdum fez um depoimento recente que chamou a atenção. Isso porque, na última semana, 57 ex-lutadores fizeram cartas de apoio ao novo acordo sugerido pelo Ultimate em meio ao "processo antitruste". Além disso, de acordo com registros divulgados pelo jornalistas John Nash, outros 51 atletas se uniram para tentar colocar fim à ação, chamada de "Caso Le".
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Foi esse novo movimento que trouxe um depoimento impactante de Fabrício Werdum, que revelou sofrer atualmente com uma série de problemas médicos, inclusive uma lesão no cérebro inoperável. Nesse processo, veteranos das artes marciais estão unidos para evitar que o caso seja julgado no tribunal, e com isso, trazem à tona problemas financeiros e de saúde para fazer com que o caso chegue numa rápida conclusão.

"Enquanto lutava pelo UFC, sofri muitas concussões. Temo que, durante a minha carreira, tenha sofrido traumatismo cranioencefálico (TCE) e esteja notando sintomas comuns com TCE e CTE (encefalopatia traumática crônica), incluindo irritabilidade, raiva, ansiedade, insônia e perda de memória. Tenho muitas lesões e cicatrizes no cérebro, e tenho um cisto localizado centralmente no cérebro, tornando a cirurgia até agora impossível", relatou Fabrício Werdum, que seguiu:

"Monitoro esse cisto com exames semestrais para determinar se ele está crescendo. Até o momento, nenhum tratamento para CTE foi encontrado. Isso (acordo) seria realmente um dinheiro que mudaria a minha vida e a de outros membros da classe. Esses fundos também permitiriam que eu e minha família concluíssemos a construção da nossa casa no Brasil", concluiu Werdum.

O acordo oferecido pelo UFC chega a aproximadamente US$ 375 (pouco mais de R$ 2 bilhões na cotação atual) somente para o "caso Le", voltado para lutadores do período de 2010 a 2017. Em outro momento, o UFC encaminhou um acordo de US$ 335 milhões (R$ 1,8 bilhões) para concluir o "caso Le" e também o "caso Johnson", que se refere à ação coletiva feita por atletas do período de 2017 até os dias atuais. Tal proposta, no entanto, foi recusada pelo juiz Richard Boulware, que remarcou para o dia 3 de fevereiro de 2025 a continuação do caso no tribunal.

A revelação feita por Fabrício Werdum causou grande surpresa e espanto entre os fãs de MMA, mas infelizmente está longe de ser um caso raro. Vale lembrar que Wanderlei Silva, que fez sucesso lutando por PRIDE e UFC, também já relatou que sofre com concussões e lesões cerebrais que adquiriu ao longo da sua carreira nas artes marciais mistas. O "Cachorro Louco", inclusive, foi outro a fazer uma carta apoiando o atual acordo oferecido pelo UFC no processo.

Diante do atual panorama, os lutadores envolvidos no processo sabem que a conclusão do caso na Justiça pode levar muitos anos e novas variáveis podem fazer com que o processo leve ainda mais tempo, mesmo após a realização do julgamento. Além disso, o julgamento não garante que os atletas recebam um valor maior do que já foi proposto pelo UFC no acordo.

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