Rayssa Leal conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil no Pan-Americano de 2023, em SantiagoPablo Vera / AFP
Publicado 17/07/2024 14:53
Rio - A equipe de Rayssa Leal, de 16 anos, está pressionando o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para que a mãe da skatista, Lilian Mendes, possa ser credenciada para entrar na Vila Olímpica e dormir com a atleta durante os Jogos de Paris. A revelação foi feita por Tatiana Braga, CEO da TB Sports, agência que cuida da carreira da Rayssa, em participação no podcast "Maquinistas".
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Durante a entrevista, a empresária confirmou que a jovem, medalhista de prata na última edição dos Jogos, ficará na Vila Olímpica com o restante da delegação por questões logísticas. Porém, há uma tentativa de que a adolescente fique ao lado de alguém de confiança.
"Ela não ficar na Vila é ruim, principalmente por questão de logística. O que está todo mundo tentando ajudar é se a gente consegue fazer com que a mãe dela possa dormir com ela. E, se não a mãe dela, alguém de acolhimento sentimental, que ela confia e que pode estar com ela", disse Tatiana Braga.
A empresária reforça, ainda, que o desejo de ter a presença de Lilian vem da própria skatista. Tatiana revelou que nos Jogos Pan-Americanos de 2023, em Santiago, no Chile, a atleta chegou a ligar para a mãe durante um treinamento.
"É algo que ela quer muito. No Pan-Americano, ela ligou da pista chorando e disse que queria a mãe dela ali. A gente não precisa de uma menina de 16 anos pedindo para a mãe estar ali. E não é por ser um momento frágil, ali era só a menina de 16 anos que sempre teve aquela pessoa do lado e a única coisa que ela queria era olhar para a mãe", completou Tatiana.
Na ocasião, Rayssa - que conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos - foi acompanhada por uma funcionária do COB, Mariana Mello, que dormiu no quarto com ela e Raicca Ventura, também de 16 anos, uma vez que Lilian não tinha acesso nem aos alojamentos e nem aos treinos de sua filha.
Nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, Lilian pôde acompanhar Rayssa, que à época tinha 13 anos. Isso porque o Comitê Olímpico Internacional (COI) permite que atletas de 14 anos ou menos possam credenciar um familiar para acompanhá-los. A partir do momento que o atleta se torna adolescente, não precisa mais desse privilégio.
De acordo com informações do portal "UOL", o COB já decidiu que o pedido não será atendido e a pressão, a 10 dias dos Jogos, não vai mudar o quadro. A intenção do comitê é repetir o que foi feito no Pan, uma vez que a experiência foi considerada como bem-sucedida.
Neste caso, Rayssa Leal será acompanha de perto por Tatiana Lobo, funcionária do COB dedicada ao skate e próxima à atleta. Assim, Tatiana vai poder dormir e acolher a skatista durante os Jogos Olímpicos.
Para ter direito de acessar a Vila Olímpica, o COB teria que credenciar Lilian como "oficial técnico". Ou seja, na prática, a mãe de Rayssa tiraria o lugar de algum profissional, seja ele técnico, médico ou fisioterapeuta.
Tatiana Braga, que cuida da carreira de Rayssa, reconheceu que o pedido é algo complexo, já que isso iria gerar um aumento considerável no número de familiares na Vila Olímpica. A empresária reforçou que não vê a presença de Lilian como um privilégio, mas sim como um direito que todos os atletas de 16 anos ou menos devem ter.
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