Publicado 25/03/2022 18:18
Guapimirim – A Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) lançou o Programa de Extensão Universitária Universidade do Mar (UniMar), nessa quinta-feira (24/3). O programa vai estudar a Baía de Guanabara e suas extensões, incluindo a Área de Proteção Ambiental (APA) Guapimirim) e a Estação Ecológica (Esec) Guanabara.
O novo campus do UniMar será na Ilha de Brocoió, no arquipélago de Paquetá. O programa vai abranger as unidades de conservação nos municípios de Guapimirim, Itaboraí, Magé e São Gonçalo.
A instalação do novo campus ainda depende da transferência de cessão da Ilha de Brocoió para a Uerj, pois o local é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e o controle está com a Secretaria de Estado da Casa Civil do Rio de Janeiro (SECC). Desde setembro do ano passado, tramita nessa secretaria um processo administrativo de transferência de gestão de uso do local.
O UniMar será um reforço na luta pela preservação de espécies de animais ameaçadas de extinção. Entre o final da década de 1980 e o início da década de 1990, existiam cerca de 800 botos cinza na Baía de Guanabara. Atualmente, só há 34 botos, de acordo com dados do projeto Mamíferos Aquáticos (Maqua), da Faculdade de Oceanografia da Uerj.
“A criação da Universidade do Mar por ato do Reitor da Uerj, Professor Ricardo Lodi Ribeiro, é um marco histórico para o Rio de Janeiro e o Brasil, em especial neste início de Década do Oceano e da Reserva dos Ecossistemas que foi instituída por decisão da Assembleia Geral da ONU para o período entre 2021 e 2030 como forma de enfrentamento efetivo da convergência ou somatório de crises ambiental, hídrica e sanitária e da Emergência Climática global em que vivemos. Depois de mais de 30 anos de propaganda governamental enganosa com falsas promessas de ‘despoluição da Baía de Guanabara’ e de gastos bilionários em programas que, na prática, geraram poucos resultados reais para o processo de recuperação ambiental integrada da Baía de Guanabara, agora temos a esperança que este consórcio de universidades sob a liderança de instituições acadêmicas, sob a liderança e protagonismo da nossa Uerj, possa dar contribuições bastante relevantes para a formulação de políticas públicas para a superação do sacrifício ambiental das baías fluminenses (Guanabara, Sepetiba e da Ilha Grande)”, opinou o ecologista Sérgio Ricardo, cofundador do Movimento Baía Viva e um dos idealizadores da UniMar.
Ademais, o lançamento do programa de extensão universitária ocorre em meio aos preparativos para as celebrações dos 30 anos da Eco 92, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que ocorreu no ano de 1992 na cidade do Rio de Janeiro.
O programa UniMar é fruto de uma parceria firmada em 2018 entre a Uerj, a Associação de Moradores da Ilha de Paquetá (Morena) e o Movimento Baía Viva e conta com o apoio institucional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Comissão Interministerial dos Recursos do Mar e de instituições de ensino superior, tais como: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Em maio de 2021, foi feita uma visita técnica à Ilha de Brocoió. O evento contou com a presença de representantes da SECC; Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade (SEAS); Instituto Estadual do Ambiente (Inea); Departamento de Ensino e Navegação da Marinha do Brasil; Instituto Chico Mendes (ICMBIO), órgão do Ministério do Meio Ambiente que gerencia as unidades de conservação da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim e da Estação Ecológica da Guanabara; dos proponentes do projeto (Uerj, Baía Viva e Morena) e da Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Extrativistas Costeiros Marinhos (Confrem).
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