Publicado 28/09/2023 11:07
Guapimirim – É de conhecimento público que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a comercialização e o uso de um novo medicamento para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2. Trata-se da Tirzepatida, cujo nome comercial é Mounjaro, fabricado pelo laboratório norte-americano Eli Lilly. A medida foi publicada no Diário Oficial da União na última segunda-feira (25).
O remédio vem numa caneta injetável de uma única aplicação semanal e será comercializado em diferentes concentrações do composto ativo: 5 mg, 10 mg, 15 mg, 20 mg, 25 mg e 30 mg. Pode ser aplicado no abdômen, na coxa ou no braço.
A nova medicação já é considerada uma revolução no tratamento contra a doença e mais avançada que outras similares por imitar dois hormônios: GLP-1 e GIP, ambos produzidos no intestino. Outros medicamentos concorrentes contêm apenas o primeiro.
O GLP-1 provoca o aumento da saciedade no cérebro; no pâncreas, aumento da insulina, redução do açúcar (glicose); e no estômago, reduz o tempo de esvaziamento gástrico.
Já o GIP reduz a ingestão de alimentos por dar ao cérebro a sensação de saciedade decorrente do GLP-1; no tecido adiposo subcutâneo, aumenta a sensibilidade à insulina; no pâncreas, o aumento da insulina.
Além de reduzir os níveis glicêmicos no organismo e controlar a produção de insulina, a Tirzepatida tem se mostrado eficaz na redução da obesidade, com perda saudável de peso, segundo estudos feitos em vários países. As pesquisas com o medicamento tiveram início em 2019.
Nos Estados Unidos, o Mounjaro foi aprovado pela FDA (Food and Drugs Administration) – órgão equivalente à Anvisa – em maio de 2022.
Espera-se que o Mounjaro ajude a reduzir doenças cardiovasculares e a evitar cegueira, amputações de membros e insuficiência renal crônica, todos efeitos colaterais do diabetes.
Em todo o mundo, a doença afeta quase meio milhão de pessoas entre 20 e 79 anos. A estimativa é de que em 2045 mais de 700 milhões de pessoas tenham a enfermidade, de acordo com a Anvisa.
Ainda não há data para que a Tirzepatida esteja nas prateleiras das farmácias brasileiras, inclusive nas de Guapimirim, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, nem quanto vá custar. Quando a medicação estiver disponível, é fundamental que os pacientes evitem a automedicação, consultando um médico para saber dos prós e contras.
No último dia 19 de setembro, a Eli Lilly anunciou ter ingressado com uma ação judicial nos Estados Unidos para impedir a comercialização da Tirzepatida em farmácias de manipulação e spas daquele país. O laboratório disse que não tem como garantir a segurança dos pacientes em caso de produtos fraudulentos ou falsamente associados à marca da empresa.
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