Publicado 24/11/2023 18:15
Guapimirim – Um macaquinho da espécie Callicebus nigrifrons – conhecido como sauá da Mata Atlântica – foi resgatado por moradores de Miracema, no Noroeste Fluminense, no último dia 16 de novembro, e levado para o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), situado na sede Guapimirim do Parque Estadual dos Três Picos (PETP). O primata foi atacado por cães e ficou ferido.
O resgate até o CPRJ contou com o apoio do Comando de Polícia Ambiental (CPAm). O animal passou por exames, tratamento médico-veterinário e se recupera, de acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
“O animalzinho está no nosso Centro de Primatologia que é uma referência para a preservação do patrimônio primatológico brasileiro”, destacou o presidente do Inea, Philipe Campello.
O macaco-sauá é uma espécie endêmica da Mata Atlântica. Ele se alimenta de frutos, folhas, sementes e insetos. Ágil e hábil saltador, vive em casais, formando grupos de até cinco indivíduos. Dormem em galhos no alto das árvores, uns ao lado dos outros, amontoados, e utilizam a vocalização principalmente para marcar o seu território.
Sobre o Centro de Primatologia
O Centro de Primatologia do Rio de Janeiro completou 44 anos no último dia 9 de novembro. Foi inaugurado em 1979 pela antiga Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) – atual Inea – e se dedica a estudos, preservação e proteção de espécies primatas brasileiras, com atenção especial àquelas ameaçadas de extinção e também dos que são resgatados do tráfico de animais silvestres e/ou de outras atividades humanas que impactam na sobrevivência, como hidrelétricas e rodovias, por exemplo.
O local promove pesquisas em áreas como: desenvolvimento de vacina contra febre amarela para primatas neotropicais, investigação de casos de malária autóctones na Mata Atlântica fluminense, coronavírus (Sars-CoV2) em primatas neotropicais e o potencial de transmissão do espumavírus em humanos. Os espumavírus são um tipo de retrovírus que causam imunodeficiência em algumas espécies de macacos.
O CPRJ abriga cativeiro cerca de 340 primatas de 31 espécies (além de alguns híbridos) com a finalidade principal de reprodução e recuperação das populações nativas. O espaço foi idealizado pelo primatólogo e conservacionista Adelmar Faria Coimbra Filho e atualmente é gerido pelo primatólogo Alcides Pissinatti, doutor em Biologia Animal.
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