Momento em que Sevanil Marinho foi preso pela morte de Fabíola Conceição, em 2021Foto: TV Globo - Reprodução
Publicado 30/06/2024 12:06
Crimes cometidos em 2021, em Nova Iguaçu
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Guapimirim – O homem apelidado de ‘serial killer’ da Baixada Fluminense, identificado como Sevanil Marinho da Silva, foi condenado a 23 anos, dois meses e 11 dias-multa, em regime fechado, pelos delitos de homicídio qualificado e ocultação do cadáver de Fabíola Conceição da Silva. O crime ocorreu em Nova Iguaçu, em 2021. A sentença foi decretada pelo júri da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu no último dia 26 de junho, tendo sido divulgada por vários veículos de comunicação. O detalhe desta reportagem, em especial, é que o réu já morou em Guapimirim e respondeu por crimes cometidos nesta outra cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, os quais serão explicitados mais adiante.
De acordo com os autos processuais, Sevanil Marinho teria enganado Fabíola Conceição com uma falsa oferta de emprego como cuidadora de idosos em São Paulo. No dia 3 de maio de 2021, a vítima teria embarcado num ônibus na companhia do réu. Desde então, os familiares da mulher não conseguiram mais contato com ela. Em algumas ligações telefônicas, o criminoso disse que a mulher estaria voluntariamente numa casa de prostituição e chegou a fornecer um número de celular de supostos terceiros para confirmar a narrativa, mas após quebra de sigilo telefônico, foi possível constatar que essa segunda linha também era dele. Os investigadores também descobriram localização do aparelho da vítima, utilizado pela última vez na residência do acusado.
A vítima foi espancada até a morte e teve o corpo depositado num tonel com entulho no prédio onde o assassino morava no bairro Palhada, em Nova Iguaçu. A denúncia contra o suposto ‘serial killer’ da Baixada Fluminense foi feita pela 1ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
“O réu é um predador de mulheres. Não houve violência sexual. O prazer dele é matar. Em Guapimirim vários homicídios são atribuídos ao réu que, após atrair a vítima e a matar, tentou atrair a irmã da vítima e uma amiga, buscando marcar um encontro na Central do Brasil com a primeira e marcando um encontro com a segunda, dizendo que a buscaria com carro de aplicativo. Porém, ambas suspeitaram do acusado e não foram ao local marcado. Esta foi a primeira condenação do réu e é importante registrar casos de desaparecimento com as mesmas circunstâncias”, comentou o promotor de Justiça do MPRJ Bruno de Faria Bezerra.
Inicialmente, a sentença do réu seria de 16 anos e seis meses de reclusão, no entanto, por ser reincidente, teve o aumento da pena agravada, conforme estabelecido pelo juiz Adriano Celestino Santos, da Vara Criminal de Nova Iguaçu.
Crimes em Guapimirim
Sevanil Marinho já morou no bairro Parque Santa Eugênia, em Guapimirim, e já respondeu a processos judiciais por delitos praticados em 2010 e 2016.
O primeiro caso foi por latrocínio – roubo seguido de morte – contra o vigia Walmir Louzada de Aguiar. Sevanil Marinho era amigo da vítima e o induziu a pilotar uma motocicleta Honda CG Titan 150 até sua residência em Guapimirim, em novembro de 2010, onde o matou a pauladas e enterrou o corpo num poço em frente de casa. Com isso, subtraindo o veículo. O cadáver foi encontrado após os vizinhos cavarem o local.
Sevanil Marinho foi condenado a 20 anos e 10 dias-multa por latrocínio mais um ano e 10 dias-multa por ocultação de cadáver. Ele estava preso, mas durante a pandemia de coronavírus acabou solto. Por ser réu primário, na ocasião, a segunda sentença, que seria de restrição, foi convertida em pena restritiva de direitos com prestação de serviços à comunidade.
Na época do crime, Sevanil tinha uma filha de dois anos. A criança contou para a babá que ‘papai botou o moço da foto de castigo no poço’, em referência a Walmir Aguiar, depois que a cuidadora perguntou por que a menina arrastava uma boneca pelo chão.
Na ocasião, o réu fugiu para Minas Gerais, tendo sido capturado em fevereiro de 2011 após diligências e interceptações telefônicas feitas pela polícia fluminense. O caso foi investigado pela 65ª DP (Magé) a partir de uma denúncia anônima.
Vale destacar que ainda tramita na 2ª Vara Criminal da Comarca de Guapimirim um segundo processo, de 2016, no qual Sevanil Marinho, com ajuda de um cúmplice, tentou matar Roberto Carlos da Silva Ferreira, um vigia que trabalhava na casa do réu na época que Walmir Aguiar foi assassinado. Essa segunda vítima testemunhou perante a Justiça acerca do latrocínio ocorrido em 2010.
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