Publicado 05/11/2022 18:59 | Atualizado 05/11/2022 19:13
Rio - Maria das Graças Soares, de 64 anos, morta no desabamento de sua casa, no Rio Cumprido, nesta sexta-feira, será enterrada neste domingo (06), às 14h30, no Cemitério do Catumbi, na Zona Central. Não haverá velório. A vítima vivia sozinha na habitação, que, segundo vizinhos, tinha problemas na estrutura e infiltrações.
O presidente da Associação de Moradores Alex de Oliveira afirmou que já havia alertado do perigo de Maria permanecer no local, visto que desde quarta-feira (2), o terreno já vinha cedendo.
"Pela questão neurológica dela, era difícil fazê-la sair daqui. Tinha dia que ela estava mais sociável, mas tinha dia que ela estava super agressiva, xingava e tal. Ela costumava trazer muito lixo para casa e isso fazia a maior confusão para a gente ajudar. Quando uma das paredes da casa cedeu, falei que era pra ela procurar um outro local, mas ela não quis me ouvir", relatou Alex.
Vizinho ao lado, o vigilante Alessandro Vieira, de 40 anos, teve a casa interditada pela Defesa Civil por precaução, enquanto ocorrem as intervenções para a demolição do que restou da casa da vítima e a limpeza do local. Ele contou que, desde quarta-feira, quando caiu uma das paredes da casa, prestou toda ajuda a Maria.
"Na madrugada do dia 1º para o dia 2, a parede onde ela ficava caiu. Eu levantei, chamei pelo seu nome e ela me respondeu. Ontem de tarde, minha esposa me ligou falando que a casa dela estava fazendo alguns ruídos e um dos pilares da casa havia ruído. Ajudando a limpar os escombros, ouvi uns estalos, mas não sou engenheiro. Achei que pudesse ser parte do teto mexendo e não o chão cedendo. Mas, de toda forma, pedi que ela não ficasse lá, que fosse para outro lugar, mas ela não me deu atenção. Nesta manhã, coisa de 4h, houve um estrondo gigantesco. Levantei e chamei por ela, mas ela já não respondia mais", lamentou Alessandro.
Rodrigo Gonçalves, subsecretário de Defesa Civil do município esteve no local e afirmou que o caso se trata de um desabamento e não de um deslizamento por causa das chuvas, por exemplo.
"O real motivo para esse desabamento só a perícia da Polícia Civil pode apontar, mas podemos ver, pela construção, que corria sérios riscos de acontecer o que aconteceu. Severas infiltrações, laje sem proteção, ausência de colunas, isso tudo contribuiu", afirmou o subsecretário.
O quartel Central e o de Santa Teresa do Corpo de Bombeiros foram acionados às 5h09 e chegaram a resgatar a vítima, mas ela não resistiu aos ferimentos. Os militares dizem que não há informações de mais vítimas sob os escombros.
De acordo com a assessoria de imprensa da Defesa Civil, o imóvel vizinho precisará ser interditado preventivamente. "Agradeço o apoio do órgão. Entendo que seja uma atitude de segurança para que não venha a ocorrer nada de ruim comigo e minha família, como houve com a minha vizinha, infelizmente", disse Alessandro.
Segundo moradores da região, não chovia durante o desabamento, mas choveu bastante nos últimos dias. Somente perícia irá esclarecer a causa do desabamento.
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