Publicado 18/05/2021 08:00 | Atualizado 18/05/2021 10:19
ITAGUAÍ – Uma reunião no dia 28 de abril e um documento com recomendações para o desenvolvimento da região tocaram em um ponto que é de interesse de muitos itaguaienses: a ligação ferroviária de trem de passageiros entre Santa Cruz (na zona oeste da capital do Rio de Janeiro) e Itaguaí. A Firjan apresentou um conjunto de ações prioritárias para o fortalecimento regional da indústria dos municípios de Itaguaí, Japeri, Mangaratiba, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados e Seropédica. Dentre essas recomendações, a ativação do trecho que beneficiaria milhares de trabalhadores e famílias.
A ligação ferroviária entre o bairro da zona oeste da capital e Itaguaí já foi tema de muitas conversas e promessas de governos em todos os âmbitos: municipal, estadual e federal. Pelo menos 2012 o assunto tem sido trazido à tona no mesmo contexto e com os mesmos argumentos: desenvolvimento econômico e mobilidade urbana estão intimamente ligados. Em Itaguaí, com os problemas críticos de transporte rodoviário dentro da cidade e com todas as limitações e deficiências impostas pelas empresas que detém o direito de explorar as linhas intermunicipais, o trem seria uma das mais eficientes soluções. Ocorre, porém, que é preciso apelar para aquilo que a burocracia corrói cotidianamente: a boa vontade política.
REUNIÃO COM RECOMENDAÇÕES
A ligação ferroviária entre a capital e Itaguaí voltou a ser mencionada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) na reunião que apresentou propostas para acender a faísca do desenvolvimento urbano em 10 cidades, dentre elas Itaguaí e Mangaratiba.
A ligação ferroviária entre a capital e Itaguaí voltou a ser mencionada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) na reunião que apresentou propostas para acender a faísca do desenvolvimento urbano em 10 cidades, dentre elas Itaguaí e Mangaratiba.
O resultado foi um documento que aponta sugestões para as prefeituras no período 2021-2024 e identifica as formas pelas quais a Firjan vai contribuir para que sejam executadas, de modo que o esforço coletivo traduza a expectativa de desenvolvimento em realidade. “Esta agenda positiva reúne o posicionamento dos empresários da Baixada e é resultado de meses de ampla discussão interna com o apoio técnico da federação. Todas as nove prefeituras irão receber o caderno”, sintetizou Carlos Erane de Aguiar, presidente da Firjan Nova Iguaçu e Região.
Neste caderno mencionado por Aguiar, no item 4.10 está a proposta: “Articular, com o governo estadual, as obras e extensão do ramal de Santa Cruz de trens urbanos até Itaguaí”. Este item se insere no tema “logística e mobilidade urbana”, que afetam a competitividade da indústria. Atualmente, os empresários arcam com elevados custos logísticos em função da carência de investimentos na adequação da infraestrutura existente.
Além da ligação ferroviária com trem de passageiros, o documento cita a conclusão da Via Light, a construção da Transbaixada e melhorias nos acessos ao Arco Metropolitano. A contribuição da Firjan, nestes casos, se dará através da articulação entre os atores envolvidos - prefeituras e os governos estadual e federal.
Além dos representantes de Mesquita, Paracambi e Nova Iguaçu, participaram da reunião com a Firjan as seguintes autoridades locais: Victor Benezath - secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Itaguaí; Rodrigo Bondim - secretário de Desenvolvimento Econômico de Mangaratiba e Daniel Tavares - subprocurador geral de Seropédica.
DESAFIOS
Os desafios para interligar um ramal de passageiros entre Santa Cruz e Itaguaí são muitos, a começar pelas desapropriações e/ou realocamento das pessoas que hoje moram próximas demais da via férrea, problema já constatado em Itaguaí em diversos pontos do município.
Os desafios para interligar um ramal de passageiros entre Santa Cruz e Itaguaí são muitos, a começar pelas desapropriações e/ou realocamento das pessoas que hoje moram próximas demais da via férrea, problema já constatado em Itaguaí em diversos pontos do município.
A interligação entre Itaguaí e Mangaratiba também deverá ser bastante custosa por causa da geografia principalmente de Mangaratiba e do trânsito constante de composições que carregam minério de ferro. Especula-se que não é possível utilizar a mesma estrutura que é operada hoje pela MRS.
Quanto a Santa Cruz, há muita gente que hoje mora em cima dos trilhos – que, em vários pontos, nem estão mais aparentes. Ruas já foram estabelecidas em cima da estrutura da ferrovia, com casas e até mesmo lojas construídas. Demolir tudo e ressarcir as pessoas certamente será complicado.
Resgatar a via não é só difícil, é desafiador.
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