O CIRCOLAR é uma produção do Grupo Circo Turma Em Cena.Foto/ Divulgação (Circolar)
Publicado 21/09/2023 22:36
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O projeto ‘Circolar’, que tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem surpreendido o público com uma adição musical especial em suas apresentações. Enriquecendo a trilha sonora e deixando o público ainda mais envolvido, sete músicos itaguaienses fazem parte do elenco com performances de sax, teclado, percussão, voz e muito mais. A próxima apresentação do espetáculo circense e musical está prevista para o dia 4 de outubro, no Cirque Celestia, localizado no Parque Municipal de Eventos, no Centro de Itaguaí.
Trazendo à luz talentosos músicos locais para complementar o espetáculo, o Circolar selecionou os artistas por meio de uma audição que ocorreu em maio deste ano. Foram escolhidos: Erick Arcanjo, trombonista; Erick Lima, tecladista e tubista; Felipe Cardoso, trombonista e percussionista; Lucas Silva, trompetista, e Pablo Bruce, saxofonista. Para cantar, foi escolhida a itaguaiense Marcela Kathellen.
A produção musical do Circolar é de Igor Victor, um jovem produtor musical de 29 anos, que cresceu nas periferias da cidade de Itaguaí. -------Como produtor de um espetáculo de circo, me vi com um trabalho diferente e, ao mesmo tempo, motivador. A música tem um poder muito influente. Ela mexe com todos os sentimentos e, a partir disso, veio a criação dos arranjos para a peça-, contou o músico.
Igor Victor também conta como foi o desafio de montar a trilha sonora do espetáculo, que fala sobre a história das etnias que formam a população de Itaguaí.
- Pensamos em uma música para cada momento da peça. E logo na primeira música do espetáculo, já tivemos um desafio. Ao lado do músico Pablo Bruce, que também faz parte do elenco do Circolar, criamos um arranjo a partir de uma partitura original dos Tupinambás. Tentamos dar uma roupagem para a música, de forma que o público conseguisse sentir e perceber o que aconteceu com o povo Tupinambá. Já a segunda música, é para ilustrar a chegada dos portugueses. Depois temos uma cantiga de roda africana para crianças, como trilha para contar a história dos povos africanos trazidos à força para trabalhar como escravos na região. Ainda temos músicas pensadas especialmente para os povos asiáticos, representando a Colônia Japonesa de Itaguaí. Além disso, incluímos “Mamãe Natureza”, da Rita Lee, e ‘O que se cala’, de Elza Soares, para homenagear essas duas grandes cantoras do nosso país-, explicou.
Além de ser um talentoso multi-instrumentista, Igor também atua como regente. Sua história inspiradora é uma prova viva de como a música pode transformar vidas, começando a sua jornada musical aos 12 anos, após uma recomendação do Conselho Tutelar, onde ele estava recebendo apoio após problemas de comportamento na escola.
-Eu era uma criança muito agitada, não tinha bons comportamentos e acabei andando com companhias que não seguiam um bom caminho. Perdi meus pais e, aos 16 anos, estava morando sozinho. A música me salvou e hoje é muito mais do que um hobby, é minha profissão-, disse o musico.
Igor também é membro da Banda Municipal de Itaguaí (BAMITA) desde 2008 e, atualmente, atua como professor. Ao longo de sua carreira, Igor já teve a oportunidade de se apresentar ao lado de artistas renomados, incluindo o grupo Pique Novo, Delacruz, o cantor D’Black, e em breve, fará a abertura do show de Toni Garrido no Festival da Lua Cheia, que acontecerá no próximo dia 28 de setembro, no ParkShopping Campo Grande, com seu grupo "Soul Music Trio Instrumental".
Além de suas realizações como músico e regente, Igor também é um educador comprometido, ministrando aulas nas oficinas oferecidas pelo projeto Ativação Cultural Itaguaí, que tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Ele compartilha sua paixão e conhecimento com os alunos das escolas municipais Padre Rafael Scarfó e Prefeito Abeilard Goulart, contribuindo para a formação musical da próxima geração de talentos em Itaguaí.
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