Alexandre Valle, ao lado do Ex-Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em sua carreata em Itaguaí. Foto/ Divulgação: Wellington Alves
Publicado 11/09/2024 18:32 | Atualizado 11/09/2024 18:42
O candidato do Partido Liberal (PL) à Prefeitura de Itaguaí, Alexandre Valle, faz parte da série de entrevistas com os candidatos a prefeito da cidade, organizada pelo O DIA. Em entrevista, Valle falou sobre suas propostas envolvendo temas como educação, economia e saúde.
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Alexandre Valle começou sua carreira política aos 21 anos, em 1994, candidato a primeira vez já no Partido Liberal. Após sua estreia na política, foi secretário municipal em Mangaratiba, secretário municipal em Itaguaí, Deputado Federal, Presidente do Instituto de Peso e Medida do Estado e Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro.
"Tenho muito orgulho e muita honra pela grandiosidade que é a Secretaria de Educação do Estado. Lá, nós tínhamos 70 mil funcionários ativos, 90 mil inativos, 700 mil alunos e eu administrava 1.233 unidades escolares. A Secretaria de Estado do Rio de Janeiro de Educação é a unidade do estado com a maior capilaridade; ela está presente em todos os municípios e com a maior demanda de servidores. Ela tem a quantidade de servidores maior do que a Polícia Militar. Então, assim, era um gigante e, graças a Deus, acho que a gente passou com nota 8. A gente tem assistido uma vergonha. Em 4 anos, o atual governo administrou 1 bilhão de reais. As nossas escolas não têm merenda de qualidade, 60% das salas de aula não têm ar-condicionado, o kit escolar em uniforme não chega no início do ano, faltam professores, as escolas precisam ser reformadas, existem bairros em que precisamos ampliar a rede, mas nada disso foi feito. Eu quero fazer em Itaguaí o que fiz no Estado. Um exemplo está lá no CIEP Irmão Dulce, em Chaperó", disse o candidato. 
Confira abaixo os principais trechos da conversa.
O DIA: São sete candidatos disputando a eleição de 2024, um número relativamente alto para a cidade. Na sua opinião, a quantidade de candidatos favorece ou não a eleição, e por quê?
Alexandre Valle: Olha, nós temos dois pontos aqui. Primeiro, temos uma máquina que gasta 62% do orçamento da prefeitura com folha de pagamento. A gente sabe que está sendo gasto grande parte com fantasmas, como a grande mídia já veio noticiando. E é lógico que com essa quantidade de dinheiro sendo colocada na folha de pagamento, ela atrapalha. É uma luta desigual, mas eu tenho certeza de que a direita de Itaguaí vai se unir e nós vamos demonstrar a essas pessoas que querem o mal da cidade que nós vamos vencer as eleições e mudar definitivamente a história de Itaguaí.
O DIA: Qual é sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro?
Alexandre Valle: A minha relação com o presidente não vem de agora. Nós fomos deputados juntos; nosso gabinete era um de frente para o outro. Convivemos dentro da Câmara dos Deputados, então não é uma posição de oportunismo, como a gente vê muita gente aí no Brasil. A nossa relação é pessoal já de bastante tempo. Eu acho que ele é um grande líder desse país, um líder da direita. Ele não viria a Itaguaí, não colocaria a mão sobre a nossa candidatura se realmente não estivéssemos dentro do alinhamento do que ele defende: Deus, pátria, família e liberdade. Agora, vamos levar essa mensagem a toda a população de Itaguaí e pedir uma oportunidade. Itaguaí não pode ser palanque de 2026 do Partido das Trevas. Eu disse ao Presidente aqui e quero repetir: não importa o tamanho da nossa guerra e nem o tempo que ela vai durar, eu serei um soldado do presidente nessa luta, não só por Itaguaí, mas pelo Brasil.
O DIA: Quais são suas principais propostas de governo?
Alexandre Valle: Primeiro, vamos criar o maior programa de geração de renda da história dessa cidade. Eu vou criar um auxílio emergencial para mais de 10 mil famílias de R$ 600,00, mas não é apenas criar o auxílio. Enquanto nós não desenvolvermos a cidade e criarmos mais de 20 mil empregos em 4 anos, essas pessoas estarão contempladas dentro desse programa. Porque eu tenho convicção de que nós vamos gerar emprego e renda nessa cidade. E de que forma vamos fazer isso? Vamos desburocratizar a máquina, criar incentivos fiscais, reduzir impostos. A fórmula já foi feita com o presidente Bolsonaro. Nós reduzimos os impostos e aumentamos a arrecadação. Vamos fomentar a vinda das empresas para cá. Se você andar por Itaguaí hoje, o comércio está falido. O comércio está quebrado. As pessoas não saem mais de casa. Não há oportunidade de emprego, e quando há, as pessoas ganham até um salário mínimo. Eu tenho convicção de que, desburocratizando a máquina e abrindo a cidade, as empresas vão se instalar na cidade. Não pode o município vizinho ter criado 2.300 empregos e Itaguaí ter criado 200. Porque aqui que o porto está, aqui tem mais de 9 milhões de metros quadrados de áreas disponíveis. Temos ferrovia, rodovia; o escoamento da produção do Brasil passa por Itaguaí. Portanto, o que falta é sentar à frente daquela cadeira alguém que saiba comandar o município e onde vai implementar as políticas públicas. A saúde de Itaguaí está no CTI. Aconteceram algumas melhoras, até aconteceram, mas é muito pouco pela infinidade de recursos que temos. A quantidade de arrecadação de Itaguaí passa da casa de R$ 1 bilhão; não aconteceu nada. A solução da saúde não é apenas fazer um hospital novo. A solução da saúde passa por você cuidar do básico, porque a saúde básica não está sendo cuidada. Você vai na farmácia central, falta dipirona, falta fita para fazer o teste da glicose. Quando você não cuida do básico, a doença vai se agravando e, consequentemente, vai ficando mais cara e mais problemática de resolver. Precisamos adotar política. Precisamos fazer um hospital novo, mas dentro do que manda a Organização Mundial de Saúde. Precisamos fazer um hospital plano, um hospital que tenha mais de 240 leitos, para que a gente possa destinar 70% desses leitos para enfermaria e quartos, e o restante para UTI, adulto, pediátrico e neonatológico. O que vem acontecendo na cidade é uma vergonha. A gente não sabe de onde vem sendo gasto o dinheiro da saúde.
O DIA: Itaguaí é atualmente a cidade mais violenta do estado do Rio de Janeiro. Quais são os seus propósitos voltados à segurança?
Alexandre Valle: Sou da tese de que a segurança se combate com políticas públicas. Você não tem nessa cidade um projeto esportivo funcionando, uma educação que funcione, um curso profissionalizante. Seropédica, Mangaratiba, Angra dos Reis têm a Faetec; nós não temos uma Faetec. Ninguém nunca foi lá brigar para trazer uma para cá. Agora, o secretário Anderson Moraes está trazendo; ele está licitando um centro tecnológico que vai atender duas mil pessoas por turno. Nós temos que ocupar a mente dos nossos jovens e mostrar a eles que têm oportunidades. Eu tenho convicção de que aquele que está no mundo do crime não está porque quer, está porque o município, o Estado e a União não cumpriram o seu papel. Vamos tirar essa garotada da mente ociosa. Nós vamos botar projetos, esportes, educação; vamos gerar emprego e renda.
O DIA: Se for eleito, como vai conseguir quadros para completar sua gestão e como vai conseguir recursos estaduais e federais?
Alexandre Valle: Não tenha dúvida, o meu partido é o maior partido do Brasil. Se existe um candidato aqui que tem condição de trazer recursos para Itaguaí, esse candidato sou eu. Não vou a Brasília passear, bater foto com deputado ou senador. Nós teremos os maiores e melhores quadros técnicos para dar a grande virada dessa cidade. A população não aguenta mais. A cada quatro anos a gente vai para a rua e os problemas são os mesmos ou piores. Não houve uma obra de infraestrutura, um investimento que possamos falar: isso definitivamente mudou a vida das pessoas, a não ser o aumento da folha de pagamento, que é uma vergonha o que vem acontecendo. Portanto, nós vamos usar desse recurso, do aumento que foi de novembro para cá, para criar o maior programa de renda da história dessa cidade, atendendo 10 mil famílias a R$ 600,00. Isso não é definitivo, é um auxílio emergencial, até essas pessoas terem um emprego, um trabalho delas. Precisamos cuidar das pessoas que estão doentes e que estão precisando de oportunidade. Você fica na cidade à noite e vê a quantidade de crianças pedindo. Era para estarem em casa, dormindo para ir à escola, mas estão vendendo bala, vendendo um detergente que às vezes a mãe faz, ou uma esponja. Isso é uma vergonha; as crianças deveriam estar na escola. Nós vamos mudar essa história.
O DIA: Candidato, o senhor pode fazer suas considerações finais agora.
Alexandre Valle: Tenho certeza de que a direita de Itaguaí vai se unir e atender ao pedido do presidente Bolsonaro em apoio à nossa candidatura. Itaguaí não tem outra chance. O que está aí, nós já sabemos para o que veio. O outro não entende nada de gestão pública; eu não estou falando da pessoa, estou falando do homem público. Nós já tivemos essa experiência no passado e não podemos cometer o mesmo erro. O passado, que é um passado de 12 anos, mostrou o que acontece se a gente escolher errado. Quando a gente tem um problema de saúde e precisa operar o coração, você entrega sua vida a um acadêmico ou quer um especialista? Eu tenho orgulho de ser homem público, eu tenho orgulho de ser político. Apesar de a classe política tentar me desconstruir há 12 anos, eu não tenho vergonha de dizer que sou político. Eu tenho uma história na política; eu fiz muito por essa cidade, por esse estado, por esse país. Portanto, eu tenho certeza de que nós vamos unir a direita dessa cidade, não vamos permitir que Itaguaí seja palanque do Partido das Trevas em 2026 e teremos a maior gestão da história dessa cidade a partir do dia 1º de janeiro de 2025.
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