Para a autora do PL 23/2023, a função de investigar essas denúncias continua sendo do Ministério do TrabalhoDivulgação/Tiago Ribeiro
Publicado 04/05/2023 14:09
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Macaé - Logo após o Dia do Trabalhador (1º de maio), a Câmara Municipal de Macaé aprovou um Projeto de Lei (PL) para cassar imediatamente o alvará de funcionamento das empresas que façam uso, direto ou indireto, de trabalho escravo ou condição semelhante. A votação aconteceu na sessão desta quarta-feira (3) e contou com o apoio unânime dos parlamentares presentes. A lei é inspirada em legislação já existente em São Paulo.
Para a autora do PL 23/2023, a função de investigar essas denúncias continua sendo do Ministério do Trabalho. Contudo, a sanção da proposta pelo Executivo deixará claro que a cidade não é conivente com tal prática criminosa. “Vale lembrar que Macaé, em 2014, liderou o ranking de resgate de trabalhadores em situações análogas ao trabalho escravo no Estado do Rio de Janeiro. Esperamos que isso nunca mais aconteça, porque desumaniza, retira a renda e a dignidade da pessoa”, declarou Iza Vicente (Rede).
Amaro Luiz (PRTB) lamentou que tantos trabalhadores ainda tenham seus direitos negados. “Até mesmo na indústria do petróleo isso acontece. Temos categorias profissionais com jornada de trabalho de 24 horas no dia e outras que continuam atuando em escalas de 14x14 ou 15x15, contrariando a legislação atual”.
Edson Chiquini (PSD) pediu o combate às injustiças contra os trabalhadores e citou algumas: “Trabalho escravo, jornada excessiva, falta de pagamento, não recebimento das horas-extra, etc.” Ele aproveitou para relatar o que classificou como outro desrespeito: a exigência da Petrobras para a realização do curso T-Huet aos profissionais terceirizados. “O problema é que o próprio empregado precisa arcar com os custos que chegam a R$ 2 mil”, justificou.
O T-Huet é uma versão do tradicional curso de escape de aeronaves submersas (Huet), que prepara o tripulante para diversos cenários no caso de um pouso de emergência sobre águas tropicais.
Orquestra Nova Aurora
Iza também obteve aprovação para o PL 29/2023, que torna patrimônio imaterial do município a Orquestra de Sopro Nova Aurora. "Ela está fazendo 150 anos, e sendo oficialmente um legado cultural da cidade, terá mais facilidade pra receber investimentos públicos". O presidente Cesinha (Solidariedade) propôs que parte dos custos com shows de artistas famosos promovidos pelo município fosse revertida para a entidade.
Ela agradeceu e disse que ia marcar uma reunião com o secretário da Cultura, Leandro Mussi, para viabilizar a destinação de recursos à orquestra. José Prestes (PTB) lembrou da infância, que ficava feliz quando o seu pai o levava para assistir à Nova Aurora. "Mas nunca a vi receber qualquer suporte do Executivo”. Ele e outros vereadores lamentaram que a instituição atualmente passe por dificuldades. Os PLs aprovados seguem para sanção do Executivo.
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