Publicado 31/08/2022 16:04 | Atualizado 31/08/2022 22:43
Magé - Pensar em rede o enfrentamento à violência e não revitimizar a mulher. "É preciso capacitar toda uma rede que, além dos órgão públicos, conselhos, ONGS, também deve contar com escolas e os templos religiosos, não somente para identificar e ajudar as vítimas, mas ter a sensibilidade de fazer esse acolhimento e a escuta qualificada. Para que a cadeia de agressão e a independência venham para a vida dessa mulher", destacou a assistente social do Centro Especializado de Atendimento à Mulher Mageense, o Ceam, Vilma Neves.
No encontro, a mesa principal do evento foi liderada pela presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher, Silvana Castilho, e a vice-presidente do CMDDM, Sônia Maria Muniz Barreto, que receberam a coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres Leliane Pinheiro, e a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Flávia Gomes, que destacou como a gestão municipal de Magé tem se preocupado em agir nesse acolhimento às vítimas. "Temos o CREAS e inauguramos o Ceam que realizou quase 200 atendimentos nesse equipamento, oferecendo suporte às vítimas e ajudando no processo de enfrentamento e saída do ambiente de violência. E no trabalho conjunto com o Conselho da Mulher e Coordenadoria das Mulheres fazemos a multiplicação dessas informações”, completa.
Psicanalista clínica e especialista no apoio às mulheres vítimas de violência através da ONG HD, Hyslaine Bento, destacou na palestra principal do encontro a necessidade de atuar junto aos jovens e identificar comportamentos que não podem ser considerados normais. “É preciso mostrar às meninas que o namoradinho não pode sacudir ela na hora do recreio, não é normal puxar o cabelo, e não deixar que a agressão - por menor que seja o gesto - é agressão! E não é só a física. Mulheres jovens que são inferiorizadas em grupos sociais ou no trabalho. A violência psicológica e o cárcere emocional estão presentes no dia a dia e muitas vezes não é identificado”, detalhou a diretora da ONG que desenvolve o projeto ‘Lacinhos Poderosos’ que incentiva a independência financeira dessas vítimas para saírem do ambiente de violência doméstica.
Dados alarmantes da Patrulha Maria da Penha em Magé
Criada há três anos no 34° BPM, a Patrulha Maria da Penha também fez parte do encerramento do Agosto Lilás na Casa dos Conselhos de Magé.
Os policiais militares têm a missão de acompanhar a proteção de mulheres que têm medidas protetivas. E o número é crescente: num único dia do mês neste Agosto Lilás, chegaram 22 novas medidas para a Patrulha averiguar e incluir no acompanhamento.
Para o atendimento das mulheres em situação de violência, a orientação é que liguem para o 180 ou peçam ajuda policial através do 190. A ligação é gratuita e o funcionamento é 24 horas.
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