Quilombo Quilombá realiza primeira mostra cultural onlineThiago Côrtes/Divulgação
Publicado 03/06/2023 15:10
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Magé - Neste domingo, 4/06, a comunidade do Ilé À Ògún Àlákòró, Quilombo Quilombá, Magé, participará da celebração dos 205 anos do Museu Nacional/UFRJ, primeiro museu do Brasil que em 2018 foi atingido por um grande incêndio. A presença do Ilé À Ògún Àlákòró/Quilombo Quilombá nas comemorações é resultado da colaboração da comunidade no processo de reconstrução do Museu Nacional. Desde o incêndio, a linha curatorial adotada para a reconstituição do acervo etnográfico, que tem à frente o antropólogo João Pacheco de Oliveira, vem zelando pelo diálogo com as comunidades indígenas e afro-brasileiras que desejam ver seus saberes e memórias representados no Museu Nacional enquanto patrimônio vivo do Brasil. A iniciativa conta com o apoio do Pai Paulo de Ogum, liderança da comunidade, de Bia Nunes, presidente da ACQUILERJ e da Superintendente de Saberes Tradicionais da UFRJ, Marcia Cabral da Costa.
Para o aniversário do Museu, uma coleção foi adquirida junto ao Ilé À Ògún Àlákòró/Quilombo Quilombá. Trata-se de peças produzidas por artistas da comunidade e que integrarão as futuras exposições do Museu Nacional. No último dia 25, a equipe técnica do Setor de Etnologia do Museu Nacional, responsável pela guarda do material, esteve no quilombo para receber a coleção. No próximo domingo uma dessas peças estará em exibição e poderá ser vista pela primeira vez. Teremos exposta a obra do artista Jonathan Nobre: uma representação de Xangô que, na narrativa ioruba, é o senhor da justiça, dos raios, dos trovões e do fogo. Seu machado, o Oxé, corta para os dois lados e simboliza a imparcialidade na aplicação da justiça.
A aquisição desta coleção demonstra o esforço institucional em reparar violências históricas. O Museu Nacional possuía, até o incêndio, coleções apreendidas pela polícia quando se fazia invasões a casas de africanos e de seus descendentes no Rio de Janeiro do século XIX. Parte desse material desapareceu no fogo, entre os quais esculturas de Xangô – felizmente digitalizadas e que também poderão ser vistas no aniversário.
Para celebrar este momento histórico, haverá muita festa, jongo, barraca com comidas do quilombo e desfile de moda. A entrada é gratuita.
Confira a programação:
10h às 16h – Tenda científica
- Exposição de peça “Xangô” e conversa com o artista Jonathan Nobre
- Conversa com historiadores, antropólogos e conservadores sobre as coleções afro-brasileiras desaparecidas no incêndio de 2018
- Jogo de quebra-cabeças para as crianças
- barraca para degustação
12:30h às 14h – Tenda artística
- roda de jongo
- desfile da grife Gbogbo Aso
Programação completa do aniversário no link https://www.museunacional.ufrj.br/destaques/205_anos.html
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