Publicado 06/11/2024 22:59
Magé - Entre as principais atrações do Caminho do Recôncavo da Guanabara se destaca o Quilombo de Bongaba, um espaço de preservação da cultura de matriz africana no Brasil.
Publicidade“O terreiro é um espaço que dissemina a filosofia originaria dos povos africanos que chegaram ao Brasil durante a época da colonização portuguesa como pessoas escravizadas. Nos cultivamos a disseminação da sabedoria sobre convivio com a natureza e com vida para além das práticas religiosas", explica Pai Paulo, líder espiritual pelo Quilombo de Bongaba.
Esta semana esse espaço de trocas de saberes e fazeres recebeu um grupo proveniente de vários países da Africa, Asia, América Latina ligado ao G20, parte da grande plataforma do GIZ ( a organização de cooperação técnica alemã) chamada Global Solutions para falar sobre como dar escala aos investimento que podem reduzir as desigualdades.
Diante de uma crise ambiental global sem precedentes, caracterizada pela superação de limites planetários e degradação dos ecossistemas, é urgente a transição para modelos econômicos regenerativos que valorizem tanto a natureza quanto as comunidades locais. Hoje, cerca de seis bilhões de hectares — ou 40% das terras do planeta — estão degradados e necessitam de restauração para sustentar a vida. Além disso, seis dos nove limites planetários definidos pelo Stockholm Resilience Centre foram ultrapassados, indicando que a Terra encontra-se em uma “condição crítica” para a sobrevivência humana.
"No Recôncavo da Guanabara, uma bioregião entre a Baía de Guanabara e a Serra do Mar da Mata Atlântica, nossa comunidade se define como “glocal”, unindo a ação local ao pensamento global. Desde 2019, uma rede diversa de atores — incluindo comunidades locais, o setor público, organizações privadas, Biohubs e organizações de base comunitária como o Quilombo de Bongaba — vem colaborando para desenvolver modelos regenerativos que respeitam a natureza, preservam o patrimônio cultural e promovem a restauração de ecossistemas em larga escala. Essas iniciativas, que fortalecem a resiliência das comunidades, representam uma oportunidade de transformar o Recôncavo da Guanabara em um modelo de bioeconomia regenerativa, valorizando a diversidade ecológica e cultural enquanto impulsionam a sustentabilidade econômica e social", afirma Pai Paulo.
Os Diálogos do SINAL para a Bioeconomia, realizados ao longo de 2024 , dos quais o Quilombo de Bongaba faz parte e promovidos por Sinal do Vale em parceria com a Fundação Grupo Boticário, o movimento Viva Água, a SEAS, o Euroclima-GIZ, entre outros aliados locais e internacionais, reuniram mais de 700 participantes para explorar e consolidar o conceito de uma bioeconomia regenerativa. O principal objetivo dos diálogos foi mobilizar o apoio e a atenção de diferentes setores da sociedade e consolidar soluções que possibilitem a restauração de ecossistemas e da sociobiodiversidade em escala bioregional, destacando o papel fundamental disso na transição para uma bioeconomia regenerativa.
Esses Diálogos resultaram em um relatório que apresenta uma Teoria da Mudança voltada para a ativação de Biohubs — centros de inovação local e práticas regenerativas — e estabelece as bases para um modelo de bioeconomia que prioriza os limites ecológicos e o bem-estar das comunidades. O Relatório desses encontros que será lançado no dia 14 de novembro no G20 Social apresenta uma visão integrada do potencial da bioregião do Recôncavo da Guanabara como um modelo de bioeconomia regenerativa.
Esses Diálogos resultaram em um relatório que apresenta uma Teoria da Mudança voltada para a ativação de Biohubs — centros de inovação local e práticas regenerativas — e estabelece as bases para um modelo de bioeconomia que prioriza os limites ecológicos e o bem-estar das comunidades. O Relatório desses encontros que será lançado no dia 14 de novembro no G20 Social apresenta uma visão integrada do potencial da bioregião do Recôncavo da Guanabara como um modelo de bioeconomia regenerativa.
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