Publicado 25/09/2023 13:54
Maricá - A 8ª Festa Literária Internacional de Maricá (Flim) recebeu no domingo (24) a primeira roda de conversa internacional, que teve como tema “Teias Literárias entre Brasil e África”, com a participação do escritor de Guiné-Bissau, Eliseu Banori, e dos escritores e professores Rodrigo Santos e Sandra Gurgel, além dos mediadores Andréia Cunha e João do Corujão.
Os convidados falaram um pouco da proximidade do Brasil e África e a teia que envolve toda a literatura, formando o multiculturalismo. O secretário de Educação de Maricá, Márcio Jardim, destacou sobre a vertente internacional e internacionalista da festa literária.
“A Flim é uma festa literária de caráter internacional e hoje acontece a primeira roda de conversa com o autor Banori, de Guiné-Bissau, que discute essas teias, esse elo de Brasil e África. Esse diálogo que é necessário e permanente. Toda a nossa ancestralidade africana, toda a nossa carga de riqueza na cultura, na música, na ciência e na literatura. Ela precisa ser reafirmada a cada momento e a cada instante. Essa roda de conversa tem a intenção em manter uma vertente internacional e internacionalista da festa literária, que não pode perder nunca. Nós estamos muito felizes com a presença do Banori. Ele é um grande escritor da atualidade e vem para enriquecer ainda mais, trazer ainda mais grandeza à nossa festa literária”, disse.
O escritor Eliseu Banori ressaltou a dimensão entre povos, de diversos continentes, independente das suas condições político-ideológicas e religiosas.
“Todos formamos uma humanidade. Esse diálogo entre nações, entre povos, entre culturas é muito importante. Teias Literárias entre Brasil e África é uma perspectiva importante, é uma luta para acabar com os apagamentos. A leitura é uma forma de reagir e de lutar contra todos os apagamentos da sociedade. Essa literatura, como você fala, é porque são diversos problemas e nós, como escritores, precisamos trazer esses problemas e procurar soluções. Os meus livros são uma espécie de lupa para ajudar a minha sociedade e que serviu também para a sociedade brasileira”, contou.
Os professores e escritores Rodrigo Santos e Sandra Gurgel também falaram da ancestralidade e a teia entre Brasil e África, abordando o cotidiano.
Domingo na Flim
Na parte da manhã, a Flim recebeu milhares de visitantes e a animação da Colmeia e de Neusa Rodrigues com a Oficina de Carnaval, no espaço Flimzinha. À tarde foi realizada a mesa de diálogo com o tema “Ensino, metodologias ativas e educação ao ar livre”, na Arena Gilberto Gil, que contou com os professores Vinicius Ferreira, Carlos Henrique Torres, Allan Sandes e Gabriel Siqueira, que debateram a educação fora do ambiente escolar.
Entre os assuntos abordados foram a união do trabalho de campo a escola, além das experiências, do maior interesse e do conhecimento adquirido na prática.
“Estar fora da sala de aula motiva e potencializa aquelas figuras que, às vezes, dentro da sala de aula ficam um pouco apagadas. A visão fora da sala de aula é uma forma de ação, atividade, movimento no processo de educar para que essas múltiplas inteligências possam ser potencializadas”, disse o professor Vinicius Ferreira.
O Porão Cultural recebeu a Roda de Conversa sobre os 50 anos do movimento hip hop e funk, com nomes como Tati Arts, Mestre LP, Mc Coé, Rangel e Mabuh, que debateram sobre as críticas sociais e a conscientização sobre direitos e cidadanias.
À noite, o cantor Rafael Caçula se apresentou no palco Sete Sóis e Sete Luas, com muito samba e pagode.
Programação continua nesta segunda-feira (25/09)
Nesta segunda-feira (25/09), a animação para a criançada será realizada pela Brincantar. No início da noite, a partir das 18h, será realizada a Roda de Conversa com o tema “Trajetórias artísticas e contribuições culturais”, na Arena Gilberto Gil, com a participação do cartunista Miguel Paiva; do escritor e ilustrador Roger Mello; e do escritor e presidente do Instituto Quindim, Volnei Canônica. À noite, o evento conta com o show da cantora Jô Borges.
Flim 2023
Em uma área de seis mil metros quadrados na Praça dos Gaviões, em Itaipuaçu, a 8ª edição da Flim tem uma estrutura com mais de 60 editoras e espaços especiais dedicados a diferentes públicos, do infanto-juvenil ao adulto. O Espaço Criança abriga a Vila Pé de Maricá, em alusão à árvore que dá nome ao município, conta com 76 estandes dedicados ao público infanto-juvenil. Já o espaço Porão Cultural é reservado para apresentações de artistas locais de diferentes vertentes. A Tenda Literária abriga 154 estandes de vendas de livros e na Tenda Festart há um amplo espaço com puffs para descanso. A Tenda Codemar + Recarregue-se é um local com redes, cadeiras de praia e tomadas para recarregar a energia e os aparelhos celulares.
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