Projeto Lagoa VivaFoto: Leonardo Fonseca
Publicado 04/01/2024 17:39 | Atualizado 04/01/2024 17:39
Maricá - O conjunto de lagoas de Maricá continua renascendo. O processo para reverter décadas de abandono não para, fechando 2023 com resultados positivos. O número de espécies na Lagoa de Araçatiba subiu, saindo de apenas quatro que conseguiam viver no local para um total de 14.
Não à toa, uma pesquisa feita com a população de Maricá mostrou que o povo está atento às mudanças, conferindo a nova realidade com os próprios olhos: 72% dos entrevistados pesquisa aprovam a qualidade das águas (43% acham ótima ou boa, e 29%, regular).
Além disso, 57% dizem que as águas estão melhores do que há dois anos. O levantamento foi feito pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI).
O Lagoa Viva é um projeto da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) que está trabalhando pela revitalização dos corpos d'água da cidade.
Diariamente, são despejados milhares de litros de bioinsumos nas orlas da lagoa e canais. Esses bioinsumos são micro-organismos que ajudam a degradar a poluição. Um trabalho que é desenvolvido em paralelo com outra importante ação em andamento na cidade: a construção de redes de esgoto.
Resultados
Outros dados coletados até agora reforçam os resultados positivos do Lagoa Viva. Entre eles, está o chamado oxigênio dissolvido, um importante fator para a vida sobre as águas. As mais recentes coletas mostram que o índice está acima do limite estabelecido pela legislação ambiental.
O Índice da Qualidade da Água (IQA) também evidencia melhora gradual das condições da água. A maioria dos pontos é enquadrada como boa.
Algumas das espécies que reapareceram só vivem em ambientes saudáveis, como uma microalga encontrada que é um indicador de boa oxigenação da água. Essas espécies são como um termômetro de como anda a saúde da lagoa. Neste caso, mostra que está melhorando muito.
Peixes
Também há aumento na abundância de organismos que vivem associados ao fundo da lagoa. O bioinsumo ajuda a degradar poluentes que estão no lodo no fundo da lagoa. É justamente lá que vivem muitas das espécies que reapareceram, como caracóis e outros seres minúsculos.
Esses animais são a base da cadeia alimentar. Ou seja, são os alimentos dos peixes. Com o retorno deles, há mais alimento disponível.
“Navegando, a gente consegue ver que teve uma mudança para melhor. A água tem ficado mais clara e o peixe está mais abundante. Tiro meu sustento daqui”, contou o pescador José Iago Vita, ainda na metade de 2023, na Lagoa do Boqueirão.
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