Rosana Santiago, assistente social e coordenadora do NAM de Mesquita, homenageia os professores que atuam voluntariamente na ação Divulgação
Publicado 14/12/2022 13:35
Mesquitenses receberam seus certificados dos cursos oferecidos nos últimos três meses pelo NAM, o Núcleo de Atendimento de Medidas de Mesquita. As turmas são voltadas para pessoas em situação de liberdade provisória, mas vagas remanescentes também estão abertas a parentes destes usuários.
Com o certificado em mãos, os alunos agora são novos barbeiros, trancistas, designers de sobrancelhas e chocolateiros. Além do conhecimento, os formandos também ganharam os materiais necessários para começarem a trabalhar.

“Temos o NAM há seis anos, cada vez com mais possibilidades de mudanças para a vida dessas pessoas. Passei um bom tempo vendo jovens condenados que, depois de cumprirem a pena ou até mesmo durante a liberdade condicional, voltavam, presos novamente. Me incomodava, não me sentia transformando ninguém apenas com uma sentença assinada. Eu sabia que era preciso ir além”, lembra a Dra. Cristiana de Faria Cordeiro, juíza da 7ª Vara Criminal.
Segundo a equipe organizadora, há a expectativa de, já em 2023, incluir opções de cursos para atuar no mercado de GNV e também de panificação, mas sem data definida para lançamento.
Mudança de rumo

Quando comemorava a tão sonhada maioridade, exatamente no dia do próprio aniversário de 18 anos, Marlon Henrique foi preso. O fato ocorreu há quase dez anos, no fim de 2012, mas o mais novo barbeiro de Mesquita não se esquece. Na época, passou Nata, Réveillon e Carnaval na cadeia e, pouco tempo depois, foi solto. Três anos se passaram até que ele voltasse para a prisão. Daquela vez, porém, decidido a não arriscar mais sua vida no crime. Na época, buscou um trabalho após conquistar a liberdade condicional e, ao lado da família, recomeçou uma nova etapa. Que agora, sete anos depois, ganha outro rumo, focado na barbearia, graças ao certificado conquistado no curso do NAM.
“Escolhi um caminho errado porque estava desesperado, com uma mulher grávida, quando eu tinha só 17 anos. A minha maior ambição sempre foi ter uma profissão. Se o NAM já existisse quando eu tive a minha primeira passagem pelo sistema prisional, tenho certeza de que não teria acontecido a minha segunda prisão, porque eu teria mudado de vida ali”, analisa o rapaz, que hoje tem 27 anos, segue casado e é pai de duas crianças.
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