Profissionais de Saúde Mental e autoridades debatem sobre Redução de Danos

A sede da Prefeitura de Mesquita foi palco de um debate importante. Com o tema “Redução de Danos: uma apologia ao cuidado”, equipes do CAPS AD Henrique Lemos e a Coordenação de Saúde Mental do município reuniram profissionais da área e autoridades no assunto para discutir sobre a estratégia, sua importância e os desafios.

Direcionado, principalmente, aos profissionais da rede de Saúde Mental do município, representantes das clínicas da família, Consultório na Rua, CAPS III Casa Azul e CAPSi marcaram presença.

“É importante ressaltarmos que a redução de danos não incentiva o uso das drogas, mas controla possíveis consequências desse consumo. Com isso, ela é uma estratégia de cuidado e busca inclusão social, autonomia e cidadania dos usuários”, comenta Márcia Cristina Bezerra, coordenadora de Saúde Mental de Mesquita e mediadora da mesa de debate.

Uma das convidadas para falar sobre o assunto foi a professora Ariadna Patrícia Alvarez, professora-pesquisadora e coordenadora do curso de Redutores de Danos da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, instituição ligada à Fiocruz. “Quando falamos dessa estratégia de saúde pública, estamos afirmando a possibilidade de cuidado. Sem exigir que a pessoa esteja sem usar a droga para se cuidar. A redução de danos não nega essa situação, mas entende que a abstinência é algo, muitas vezes, difícil e que não é possível para todas as pessoas”, explica.

Além dela, Gonçalo Scotto Vieira, especialista em Saúde Mental, reforçou sobre como o acolhimento e cuidado são fundamentais durante esse trabalho. “Qualquer ação de redução de danos precisa vir com muito afeto, construção coletiva e autonomia. E essa autonomia que tanto falamos é ter condições de escolher caminhos”.

Centros de Atenção Psicossocial

Atualmente, Mesquita conta com três centros de Atenção Psicossocial, que funcionam com uma política de portas abertas. O CAPS III Casa Azul atende pessoas com esquizofrenia, depressão grave, transtorno de ansiedade grave e outros problemas de saúde mental. Lá, o funcionamento é 24 horas. No CAPS AD, são recebidas pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, enquanto o CAPS Infantil assiste adolescentes e crianças com transtorno mental grave e persistente.