Terremoto de 6,9 graus sacode Havaí em meio à erupção do Kilauea
Atividades recentes do vulcão começaram a ser registradas desde a segunda-feira
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O epicentro foi situado a uma profundidade de cinco quilômetros, a 16 km de Leilani Estates, uma das localidades onde as autoridades determinaram a saída dos moradores. "Este é quase exatamente o mesmo local do terremoto fatal de 1975, de magnitude 7,1, que deixou dois mortos e 28 feridos", acrescentou o USGC.
Outro terremoto, de 5,7 graus, foi registrado nesta sexta. Na véspera, um tremor de 5 graus abalou o sul do cone vulcânico Puu Oo, gerando desprendimentos e potencial desabamento dentro da cratera do vulcão.
Estado de emergência
Desde a segunda, foram registrados mais de 100 tremores de terra, a maioria com menos de 2 graus de magnitude.
O governador do Havaí, David Ige, decretou o estado de emergência para poder desbloquear verbas suplementares para enfrentar a situação.
Ige também mobilizou as tropas da Guarda Nacional no arquipélago e pediu aos habitantes que prestem atenção às advertências da Defesa Civil. "Por favor, fiquem alerta e preparados para manter suas famílias a salvo", pediu.
'Novas grandes fendas'
Uma grande coluna de cinzas de cor rosada se elevou sobre o Kilauea e as autoridades advertiram para uma "inundação de lava", incêndios, fumaça e novos terremotos.
O USGS elevou o nível de alerta de "vigilância" para "advertência" sobre o vulcão, informando que foram detectadas "novas grandes fendas" em suas ladeiras.
As autoridades indicaram que o perigo ligado às erupções em curso inclui "possíveis concentrações de gás de dióxido de enxofre" na região, assim como explosões de metano, que poderiam lançar rochas e dejetos em áreas adjacentes.
Embora não tenham sido reportados mortos ou feridos, as erupções registradas nesta sexta danificaram duas casas, segundo o prefeito do condado do Havaí, Harry Kim.
Evacuações
Cerca de 700 imóveis e 1.700 pessoas estão sujeitos a evacuações obrigatórias. Os moradores evacuados são abrigados em centros comunitários até que passe o perigo causado pelo Kilauea, um dos vulcões mais ativos do mundo.
Imagens de meios de comunicação locais mostravam correntes de lava que passavam pelas florestas, enquanto a agência de Defesa Civil do arquipélago informou sobre "emissões de vapor e lava de uma fenda na subdivisão Leilani, na área de Mohala Street", seguidas de explosões, e ordenava todos os moradores a deixarem a área afetada.
"Vapor quente branco e fumaça azul emanaram de uma área de ruptura na parte leste da subdivisão", relatou a agência, indicando que esse fenômeno começou antes das 17h locais.
O serviço geológico frisou que esse estágio inicial das erupções por fissuras é "dinâmico" e pode produzir "fendas adicionais e novas emanações de lava".
'Cortina de fogo'
Os terremotos recorrentes colocaram à prova a ansiedade dos moradores da ilha. "Isso nos desperta", disse Carol Shepard à emissora KHON. "É como se toda a casa tremesse", completou.
Usando um drone, um outro morador, Jeremiah Osuna, fez imagens de vídeo da coluna de lava vermelha, o que ele descreveu como "uma cortina de fogo". "Me preocupei bastante e me dei conta de até que ponto (...) é perigoso viver perto do vulcão", admitiu.
Segundo Janet Babb, geóloga do Observatório Vulcanológico do Havaí, os cientistas observam esta "intrusão de magma" na região desde segunda. "Provavelmente, haverá novas erupções", advertiu.
Com frequência chamado de Grande Ilha, o Havaí é a maior das oito principais que compõem esse estado americano do Pacífico, um arquipélago de 137 ilhas.