Presidente da França, Emmanuel MacronAFP
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Publicado 09/05/2018 13:05 | Atualizado 09/05/2018 13:06

Paris - Os presidentes da França, Emmanuel Macron, e do Irã, Hassan Rouhani, concordaram em dialogar sobre como continuar a implementar o acordo nuclear iraniano, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixar a iniciativa. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pela presidência francesa.

Em telefonema hoje, Macron e Rouhani acertaram que os ministros das Relações Exteriores dos dois países devem se reunir o mais rápido possível para discutir o acordo nuclear fechado em 2015, bem como a estabilidade no Oriente Médio, disse a nota oficial.

O líder francês pressionou Rouhani a continuar a implementar o acordo, enquanto também deveria avaliar a proposta de Paris por uma nova negociação internacional que trate dos mísseis balísticos e do futuro no longo prazo do programa nuclear, disse a presidência. Essas questões foram justificativas dadas por Trump para abandonar o acordo.

China

A China lamentou a decisão do presidente americano, Donald Trump, e reiterou que Pequim continua comprometida com o pacto.

O porta-voz do Ministério do Exterior Geng Shuang disse a repórteres nesta quarta-feira que "garantir a integridade e inviolabilidade" do acordo era importante para promover a paz e a estabilidade no Oriente Médio.

A China investiu fortemente no acordo e não está claro que efeito a decisão de Trump de reimpor sanções contra o Irã terá sobre a relação com o país. A China faz parte do acordo assinado em 2015 e há muito tempo tem sido um parceiro econômico próximo do Irã, comprando cerca de um terço das exportações de petróleo do país persa.

Reino Unido

"O Reino Unido não tem a intenção de se afastar (do acordo)", disse o ministro de Relações Exteriores do país, Boris Johnson. "Em vez disso, iremos cooperar com outras partes para garantir que, enquanto o Irã continuar restringindo seu programa nuclear, seu povo irá se beneficiar da suspensão de sanções, em linha com a parte central do acordo", acrescentou.

União Europeia

O representante da União Europeia para a China, Hans Dietmar Schweisgut, afirmou nesta quarta-feira que o acordo nuclear do Irã "não acabará" apesar da retirada dos americanos. A União Europeia acredita que esse acordo "pertence à comunidade internacional". "Esse não é um acordo que irá acabar se você simplesmente o abandona."

Negociado pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e por outras potências internacionais, o acordo de 2015 incluiu membros da UE, Alemanha, França e Reino Unido, e retirou boa parte das sanções dos EUA e internacionais contra o Irã. Em troca, Teerã concordou em impor restrições a seu programa nuclear, com mais inspeções.

Nesta terça-feira, o presidente americano, Donald Trump, retirou o país do acordo e restabeleceu sanções contra o Irã. O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, disse em discurso na quarta-feira que seu governo avaliará a capacidade da UE para proteger o acordo.

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