Publicado 09/06/2021 16:51
A Organização Pan-americana da Saúde (Opas), escritório das Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), informou nesta quarta-feira (9) que o processo para que o mecanismo Covax envie vacinas anticovid à Venezuela está em andamento, apesar de desestimar que as doses estejam disponíveis em breve.
"Os processos para que o mecanismo Covax receba vacinas, ou disponibilize vacinas para a Venezuela, estão em andamento", afirmou Ciro Ugarte, diretor de Emergências em Saúde da Opas.
No entanto, disse que a Opas não tem confirmação de que a Venezuela tenha anulado sua dívida.
"Até este momento, não temos confirmação de que o pagamento foi concluído. Ainda há um saldo de 10 milhões" de dólares, disseUgarte.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou no domingo a demora nas entregas do Covax, um mecanismo liderado pela OMS e outras entidades que busca garantir um acesso igualitário às vacinas contra a covid-19.
A Venezuela, que segundo Maduro já pagou os 120 milhões de dólares exigidos para receber as doses do Covax, tinha reservadas no início de fevereiro entre 1,4 milhão e 2,4 milhões de imunizantes do laboratório anglo-sueco AstraZeneca.
Mas o governo de Maduro rejeitou a vacina devido a "relatórios técnicos" sobre seus efeitos colaterais.
Ugarte disse que "o tipo de vacina e a quantidade" que a Venezuela receberá pelo Covax "serão anunciados nas próximas semanas".
"Quando essas vacinas estiverem disponíveis, a Venezuela, conforme o acordo que tem atualmente, decidirá se essa vacina que está disponível é a que vai aceitar ou não e na quantidade que corresponde", disse.
Ugarte destacou que há preocupação sobre a necessidade de garantir vacinas anticovid à Venezuela com rapidez.
"Não acredito que essas vacinas estarão disponíveis muito em breve", disse. "Esperamos que a decisão do mecanismo Covax seja favorável para a população venezuelana".
O governo de Maduro quer receber por meio do Covax a vacina da farmacêutica americana Johnson & Johnson, de dose única e que não exige refrigeração extrema, mas isso dependerá de sua disponibilidade, afirmou a Opas.
A Venezuela, com aproximadamente 30 milhões de habitantes, vive desde março uma virulenta segunda onda da pandemia que saturou os centros de saúde.
Segundo o governo, 11% da população já foi vacinada, mas não há dados públicos sobre a quantidade de doses aplicadas.
A Venezuela recebeu até o momento a vacina russa Sputnik V e a chinesa do laboratório Sinopharm, e participa de ensaios de outra candidata da Rússia, a EpiVac Corona.
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