Publicado 10/07/2021 13:10
A União Europeia atingiu neste sábado (10) sua meta de distribuir doses suficientes para vacinar 70% da população adulta contra o coronavírus, cuja variante Delta atrapalha o retorno à normalidade e gera preocupação para a final da Eurocopa.
Até "este fim de semana, entregamos vacinas suficientes aos Estados-membros para vacinar totalmente pelo menos 70% da população adulta", comemorou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Por meio do mecanismo comunitário de compra de vacinas, administrado pela Comissão Europeia, a UE distribuiu 500 milhões de doses de vacinas anticovid-19, o suficiente para vacinar totalmente 70% dos 336 milhões de pessoas que compõem a população adulta do bloco comunitário.
Agora, é responsabilidade dos 27 governos dos Estados-membros administrar essas vacinas à sua população, disse a chefe do Executivo comunitário, que advertiu que "a covid-19 ainda não foi derrotada".
A principal ameaça hoje é a rápida disseminação da variante Delta, altamente contagiosa, inicialmente detectada na Índia, que está causando um aumento das restrições em muitos lugares.
Catalunha sem boates
Diante do aumento "exponencial" dos casos de covid-19, principalmente entre os jovens, a região da Catalunha, no nordeste da Espanha, voltou a impor restrições.
Como resultado, boates e outros locais de diversão noturna serão fechados e um teste de antígeno ou PCR será exigido, ou prova de vacinação, para participar de eventos ao ar livre para mais de 500 pessoas.
A Holanda também restabeleceu restrições neste sábado, após o aumento dos casos - 7.000 novos na sexta-feira.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, ordenou que boates e restaurantes fechem à meia-noite.
No sentido contrário, os franceses voltaram às pistas de dança na sexta-feira por tempo indeterminado, pela primeira vez desde março de 2020, embora antes de entrar tivessem que apresentar passaporte de saúde.
"É ótimo. As mulheres são lindas, dançamos, somos livres, finalmente livres", disse Gérard na boate Mistral, um local emblemático em Aix-en-Provence (sudeste).
Resta saber se esta reabertura irá resistir à variante Delta, que caminha para ser a dominante na França e no resto do mundo.
Passaporte sanitário
Essa nova cepa causa surtos epidêmicos na Ásia e na África e aumenta o número de casos na Europa e nos Estados Unidos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, "o mundo está em um ponto perigoso nesta pandemia".
A Rússia registrou pela quinta vez desde o início do mês um máximo histórico de mortes diárias, chegando a 752 neste sábado nas últimas 24 horas.
A Coreia do Sul, que é um exemplo de gestão sanitária, bateu seu recorde de infecções diárias pelo terceiro dia consecutivo (1.378 casos) e prepara duras restrições para sua capital, Seul.
A Argentina estendeu as restrições sanitárias na sexta-feira até 6 de agosto. Mantém o fechamento das fronteiras, mas aumenta o número de argentinos e residentes autorizados a entrar no país.
A Tailândia também restabeleceu limitações, com um toque de recolher em Bangcoc. A partir de segunda-feira, viagens desnecessárias serão proibidas.
E a partir do dia 14 de julho, quem quiser viajar para Malta deverá estar vacinado. "Seremos o primeiro país da Europa a tomar essa medida", disse o governo.
A lista de vacinas disponíveis foi ampliada na sexta-feira com a autorização em Cuba do uso da cubana Abdala, a primeira da América Latina contra a covid-19 e que constitui uma luz de esperança para este país e para a região na luta contra a pandemia.
Preocupação com o futebol
Neste cenário, a perspectiva de uma reunião de 65 mil torcedores no Estádio de Wembley em Londres no domingo à noite para a final da Eurocopa entre Inglaterra e Itália é preocupante.
E mais ainda as comemorações do "terceiro tempo", fora do estádio, em um país onde quase todas as restrições foram levantadas, mas não está poupado da variante Delta (quase 30.000 novos casos por dia no Reino Unido durante a última semana).
As últimas restrições ao coronavírus serão suspensas na Inglaterra em 19 de julho e, a partir de 16 de agosto, adultos considerados contatos de casos confirmados, mas totalmente imunes por pelo menos duas semanas, não precisarão mais se isolar por dez dias.
A epidemia já causou pelo menos 4.013.756 mortes no mundo desde que a doença foi detectada em dezembro de 2019 na China, segundo balanço elaborado pela AFP a partir de fontes oficiais.
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