Publicado 18/08/2021 11:24 | Atualizado 18/08/2021 11:26
União Europeia (UE) e Estados Unidos se declararam nesta quarta-feira "profundamente preocupados" com a situação das mulheres no Afeganistão e pediram aos talibãs que evitem "discriminações e abusos", além de garantir seus direitos.
"Estamos profundamente preocupados com as mulheres e e as meninas do Afeganistão, por seu direito à educação, ao trabalho e à liberdade de circulação", afirma um comunicado que também foi assinado por outros 18 países, entre eles Brasil, Guatemala, Austrália, Suíça e Canadá.
"Pedimos aos que ostentam o poder e a todas as autoridades afegãs que garantam sua proteção", completa. "As mulheres afegãs, como todos os afegãos, merecem viver com segurança e dignidade. As discriminações e abusos devem ser evitados", insiste o comunicado.
A comunidade internacional está "preparada para ajudar (as mulheres do país) para que suas vozes sejam ouvidas".
"Vigiaremos de perto a forma como qualquer futuro governo garantirá os direitos e as liberdades que se tornaram uma parte inalienável da vida das mulheres e meninas do Afeganistão nos últimos 20 anos", conclui o texto.
Quando os talibãs estavam no poder, entre 1996 e 2001, as mulheres não eram autorizadas a sair de casa sem um acompanhante masculino. Também eram impedidas de trabalhar e as meninas não podiam frequentar a escola. As acusadas de adultério eram açoitadas e apedrejadas até a morte.
Na terça-feira, os talibãs afirmaram que "se comprometem a que as mulheres trabalhem de acordo com os princípios do islã", sem revelar mais detalhes.
Suhail Shaheen, porta-voz do movimento em Doha, declarou ao canal britânico Sky News que as mulheres não serão obrigadas usar a burca, véu que cobre o corpo e o rosto, com apenas uma pequena abertura na altura dos olhos, e que há "diferentes tipos" de véu.
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