Líderes da Otan intensificam esforços na Ucrânia após acusações Putin

Nas últimas semanas, os alertas se multiplicaram com a mobilização de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, o que provocou o temor de uma incursão militar de Moscou

Presidente russo, Vladimir PutinSputnik/AFP
Publicado 02/02/2022 10:35
Moscou - Governantes dos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) prosseguiram, nesta quarta-feira, 2, com os esforços diplomáticos a respeito da Ucrânia, depois que o presidente Vladimir Putin acusou o Ocidente de arrastar a Rússia para guerra, mas sem fechar aporta para o diálogo.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve conversar por telefone com Putin, um dia após sua visita a Kiev como demonstração de solidariedade com a Ucrânia.

Nas últimas semanas, os alertas se multiplicaram com a mobilização de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, o que provocou o temor de uma incursão militar de Moscou.

Os líderes ocidentais alertaram que qualquer ataque do tipo teria "consequências severas", que poderiam incluir sanções econômicas.

A Rússia nega a intenção de invadir a Ucrânia e acusa o Ocidente de não respeitar as garantias e segurança de Moscou.

As autoridades russas apresentaram uma série de demandas para reduzir a tensão, como a garantia de que a Ucrânia nunca integrará a Otan ou impedira a instalação de um sistema de mísseis perto da fronteira com a Rússia.

Em suas primeiras declarações públicas sobre a crise em várias semanas, Putin acusou na terça-feira o Ocidente de ignorar as preocupações de Moscou em termos de segurança e o governo dos Estados Unidos de utilizar a Ucrânia para arrastar a Rússia a um conflito.

"O principal objetivo dos Estados Unidos é conter a Rússia, e a Ucrânia é seu instrumento para nos arrastar para um conflito armado, e nos atingir com as mais duras sanções", disse Putin em uma entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, um aliado, embora seu país integre a União Europeia e a Otan.
Líderes ocidentais na Ucrânia
"Espero que, ao final, encontremos uma solução, apesar de não ser fácil", acrescentou o líder russo.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, conversou por telefone na terça-feira com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

O chanceler russo disse que Washington concorda em prosseguir com o diálogo.

Ao mesmo tempo, vários governantes ocidentais viajaram à Ucrânia para reuniões com o presidente Volodymyr Zelensky.

Johnson e o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki estiveram em Kiev na terça-feira. A capital ucraniana deve receber ainda esta semana o chefe de Governo holandês, Mark Rutte, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Erdogan aproveitará o fato de seu país integrar a Otan e sua relação com Putin para romper o isolamento e tentar evitar um conflito que pode prejudicar seu país. E isto apesar de o fornecimento de drones turcos para a Ucrânia ter provocado indignação na Rússia.

Os ministros das Relações Exteriores da França e Alemanha também devem visitar a Ucrânia na próxima semana, uma viagem que incluirá uma escala na região leste do país, onde as forças ucranianas lutam contra os separatistas pró-Rússia, apoiados por Moscou.

Putin afirmou que o presidente francês, Emmanuel Macron, pode visitar Moscou nos próximos dias.

Antes da conversa de Johnson com Putin, o embaixador adjunto da Rússia na ONU, Dmitri Polianski, criticou duramente a diplomacia britânica, que chamou de "absolutamente inútil" em uma entrevista ao canal Sky News.

A Ucrânia luta contra os rebeldes pró-Rússia em duas regiões separatistas desde 2014, quando Moscou anexou a península da Crimeia. Mais de 13.000 pessoas morreram no conflito.

Kiev elogiou o apoio dos países ocidentais contra as ameaças russas, mas o presidente Zelensky também pediu que a comunidade internacional "não espalhe pânico" ao citar possíveis invasões.
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Líderes da Otan intensificam esforços na Ucrânia após acusações Putin

Nas últimas semanas, os alertas se multiplicaram com a mobilização de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, o que provocou o temor de uma incursão militar de Moscou

Presidente russo, Vladimir PutinSputnik/AFP
Publicado 02/02/2022 10:35
Moscou - Governantes dos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) prosseguiram, nesta quarta-feira, 2, com os esforços diplomáticos a respeito da Ucrânia, depois que o presidente Vladimir Putin acusou o Ocidente de arrastar a Rússia para guerra, mas sem fechar aporta para o diálogo.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve conversar por telefone com Putin, um dia após sua visita a Kiev como demonstração de solidariedade com a Ucrânia.

Nas últimas semanas, os alertas se multiplicaram com a mobilização de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, o que provocou o temor de uma incursão militar de Moscou.

Os líderes ocidentais alertaram que qualquer ataque do tipo teria "consequências severas", que poderiam incluir sanções econômicas.

A Rússia nega a intenção de invadir a Ucrânia e acusa o Ocidente de não respeitar as garantias e segurança de Moscou.

As autoridades russas apresentaram uma série de demandas para reduzir a tensão, como a garantia de que a Ucrânia nunca integrará a Otan ou impedira a instalação de um sistema de mísseis perto da fronteira com a Rússia.

Em suas primeiras declarações públicas sobre a crise em várias semanas, Putin acusou na terça-feira o Ocidente de ignorar as preocupações de Moscou em termos de segurança e o governo dos Estados Unidos de utilizar a Ucrânia para arrastar a Rússia a um conflito.

"O principal objetivo dos Estados Unidos é conter a Rússia, e a Ucrânia é seu instrumento para nos arrastar para um conflito armado, e nos atingir com as mais duras sanções", disse Putin em uma entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, um aliado, embora seu país integre a União Europeia e a Otan.
Líderes ocidentais na Ucrânia
"Espero que, ao final, encontremos uma solução, apesar de não ser fácil", acrescentou o líder russo.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, conversou por telefone na terça-feira com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

O chanceler russo disse que Washington concorda em prosseguir com o diálogo.

Ao mesmo tempo, vários governantes ocidentais viajaram à Ucrânia para reuniões com o presidente Volodymyr Zelensky.

Johnson e o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki estiveram em Kiev na terça-feira. A capital ucraniana deve receber ainda esta semana o chefe de Governo holandês, Mark Rutte, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Erdogan aproveitará o fato de seu país integrar a Otan e sua relação com Putin para romper o isolamento e tentar evitar um conflito que pode prejudicar seu país. E isto apesar de o fornecimento de drones turcos para a Ucrânia ter provocado indignação na Rússia.

Os ministros das Relações Exteriores da França e Alemanha também devem visitar a Ucrânia na próxima semana, uma viagem que incluirá uma escala na região leste do país, onde as forças ucranianas lutam contra os separatistas pró-Rússia, apoiados por Moscou.

Putin afirmou que o presidente francês, Emmanuel Macron, pode visitar Moscou nos próximos dias.

Antes da conversa de Johnson com Putin, o embaixador adjunto da Rússia na ONU, Dmitri Polianski, criticou duramente a diplomacia britânica, que chamou de "absolutamente inútil" em uma entrevista ao canal Sky News.

A Ucrânia luta contra os rebeldes pró-Rússia em duas regiões separatistas desde 2014, quando Moscou anexou a península da Crimeia. Mais de 13.000 pessoas morreram no conflito.

Kiev elogiou o apoio dos países ocidentais contra as ameaças russas, mas o presidente Zelensky também pediu que a comunidade internacional "não espalhe pânico" ao citar possíveis invasões.
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