Publicado 24/02/2022 20:24 | Atualizado 24/02/2022 20:42
O governo ucraniano informou que a ofensiva da Rússia, com bombardeios aéreos e incursões terrestres, deixaram até o momento 137 mortos e mais de 300 feridos no país. Em poucas horas, as tropas russas se aproximaram de Kiev, tomaram a usina nuclear de Chernobyl e avançaram por mais cidades do país do leste europeu.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou o número de mortes através de um pronunciamento televisionado. "137 heróis, nossos cidadãos, perderam a vida", disse.
Ainda segundo ele, outras 316 pessoas ficaram feridas nos combates. "De acordo com as informações que temos, o inimigo me marcou como algo número 1, e minha família, alvo número 2", disse Zelensky.
Ao longo desta quinta, o governo ucraniano relatou dezenas de mortes de civis e militares. Um primeiro balanço de 40 soldados e uma dúzia de civis mortos foram adicionados relatos de 18 mortos em um bombardeio contra uma base militar perto de Odessa e 13 civis e nove soldados mortos em Kherson (sul).
A polícia ucraniana disse que a Rússia realizou 203 ataques contra o país desde o começo do dia. Guardas de fronteira disseram que tropas russas entraram de Belarus, 150 quilômetros ao norte de Kiev, para realizar um ataque com mísseis contra alvos militares e com invasões ao leste do país. Também houve incursões terrestres do sul na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014. Com o passar das horas, as forças russas pareciam estar se aproximando de Kiev, onde um toque de recolher foi imposto.
Zelensky, que declarou lei marcial, disse que suas forças estavam tentando retomar um aeroporto militar perto de Kiev, onde "paraquedistas inimigos foram detidos".
O governo ucraniano também anunciou que as tropas russas invadiram a usina nuclear de Chernobyl, depois de lutar perto do depósito de resíduos da planta que explodiu em 1986, quando a Ucrânia fazia parte da União Soviética.
A Rússia garantiu que os civis da Ucrânia “não têm nada a temer”, mas em Kiev centenas de pessoas correram para o metrô em busca de refúgio ou tentaram deixar a cidade.
"Acordei com o som das bombas, fiz as malas e fugi", disse à AFP Maria Kashkoska, 29 anos, em estado de choque no metrô.
No meio da noite, o trânsito da capital parecia hora do rush. Veículos cheios de famílias deixavam a cidade, rumo ao oeste, o mais longe possível da fronteira russa, localizada a 400 km de distância.
Em Chuguev, perto de Kharkiv, uma mulher e seu filho lamentaram a morte de um homem em um ataque com mísseis, uma das primeiras vítimas.
"Eu disse para ele ir embora", repetiu o filho incansavelmente, ao lado dos destroços de um velho carro Lada e da cratera causada pelo projétil que caiu entre dois prédios de cinco andares. Nas ruas de Moscou, habitantes manifestavam sua preocupação e outros, apoio a Putin.
"Não estou feliz, estou muito nervoso", disse Nikita Grushin, empresário de 34 anos, dizendo não ter ideia de quem "está certo" nesta crise.
"Não vou criticar uma ordem do comandante supremo. Se ele acha que isso é necessário, deve ser feito", disse Ivan, um engenheiro de 32 anos.
À tarde, houve manifestações contra a guerra em Moscou e protestos em São Petersburgo, nos quais várias centenas de pessoas foram presas.
Ligação de Biden
O governo ucraniano também anunciou que as tropas russas invadiram a usina nuclear de Chernobyl, depois de lutar perto do depósito de resíduos da planta que explodiu em 1986, quando a Ucrânia fazia parte da União Soviética.
A Rússia garantiu que os civis da Ucrânia “não têm nada a temer”, mas em Kiev centenas de pessoas correram para o metrô em busca de refúgio ou tentaram deixar a cidade.
"Acordei com o som das bombas, fiz as malas e fugi", disse à AFP Maria Kashkoska, 29 anos, em estado de choque no metrô.
No meio da noite, o trânsito da capital parecia hora do rush. Veículos cheios de famílias deixavam a cidade, rumo ao oeste, o mais longe possível da fronteira russa, localizada a 400 km de distância.
Em Chuguev, perto de Kharkiv, uma mulher e seu filho lamentaram a morte de um homem em um ataque com mísseis, uma das primeiras vítimas.
"Eu disse para ele ir embora", repetiu o filho incansavelmente, ao lado dos destroços de um velho carro Lada e da cratera causada pelo projétil que caiu entre dois prédios de cinco andares. Nas ruas de Moscou, habitantes manifestavam sua preocupação e outros, apoio a Putin.
"Não estou feliz, estou muito nervoso", disse Nikita Grushin, empresário de 34 anos, dizendo não ter ideia de quem "está certo" nesta crise.
"Não vou criticar uma ordem do comandante supremo. Se ele acha que isso é necessário, deve ser feito", disse Ivan, um engenheiro de 32 anos.
À tarde, houve manifestações contra a guerra em Moscou e protestos em São Petersburgo, nos quais várias centenas de pessoas foram presas.
Ligação de Biden
O presidente dos EUA Joe Biden ligou para o presidente Zelensky para lhe expressar seu "apoio", condenou "o ataque não provocado e injustificado por parte das forças militares russas" e assegurou que "o mundo responsabilizará a Rússia" pelo ataque à Ucrânia.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, denunciou o "ataque irresponsável e não provocado da Rússia à Ucrânia, que põe em risco incontáveis vidas civis".
E o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, alertou que "a Rússia enfrentará um isolamento sem precedentes" e prometeu "o pacote de sanções mais robusto e severo que já adotamos".
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que este era "o dia mais triste" de seu mandato.
A China, aliada de Moscou, disse com cautela que "entende as preocupações de segurança razoáveis da Rússia".
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, denunciou o "ataque irresponsável e não provocado da Rússia à Ucrânia, que põe em risco incontáveis vidas civis".
E o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, alertou que "a Rússia enfrentará um isolamento sem precedentes" e prometeu "o pacote de sanções mais robusto e severo que já adotamos".
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que este era "o dia mais triste" de seu mandato.
A China, aliada de Moscou, disse com cautela que "entende as preocupações de segurança razoáveis da Rússia".
Tempestade nos mercados
A invasão atingiu os mercados internacionais. O petróleo Brent superou os US$ 100 por barril pela primeira vez em sete anos e as ações em todo o mundo despencaram nesta quinta-feira.
A Bolsa de Valores de Moscou, que interrompeu as negociações por algumas horas, sofreu perdas de mais de 30% e a moeda russa, o rublo, registrou sua baixa histórica em relação ao dólar antes da intervenção do banco central russo.
A Bolsa de Valores de Moscou, que interrompeu as negociações por algumas horas, sofreu perdas de mais de 30% e a moeda russa, o rublo, registrou sua baixa histórica em relação ao dólar antes da intervenção do banco central russo.
*Com informações da AFP
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