Presidente da China, Xi Jinping AFP/POOL/Lintao Zhang
Publicado 25/02/2022 09:39 | Atualizado 25/02/2022 09:57
Pequim - O presidente chinês, Xi Jinping, conversou nesta sexta-feira (25) com seu homólogo russo, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia e se mostrou favorável a uma resolução do conflito pela via diplomática.

A China "apoia a Rússia na resolução (do conflito) por meio de negociações com a Ucrânia", informou a televisão estatal chinesa CCTV, ao apresentar um resumo do telefonema entre os dois.

Após meses de esforços diplomáticos, Vladimir Putin lançou a invasão da Ucrânia na madrugada de quinta-feira, com as tropas russas realizando bombardeios e incursões terrestres em várias partes do país, inclusive perto da capital Kiev.

Desde então, a China manteve uma linha diplomática cautelosa em relação à crise, recusando-se a rotulá-la de "invasão".

Tampouco condenou as ações da Rússia, sua aliada próxima.

Durante a ligação com Putin, Xi disse que era importante "abandonar a mentalidade da Guerra Fria, dar importância e respeitar as preocupações de segurança razoáveis de todos os países e formar um mecanismo de segurança europeu equilibrado, eficaz e sustentável por meio de negociações".

Segundo a imprensa chinesa, Putin explicou as razões pelas quais a Rússia lançou uma "operação militar especial" e disse a Xi que tanto a Otan quanto os Estados Unidos "ignoraram por muito tempo as preocupações de segurança razoáveis da Rússia".

O líder russo também afirmou a Xi que está disposto a manter conversas de "alto nível" com a Ucrânia.

À medida que a crise se aprofundava, a China foi forçada a fazer um difícil equilíbrio entre seus laços estreitos com a Rússia e seus grandes interesses econômicos na Europa.

A ofensiva de Moscou contrasta com a posição de política externa de longa data da China de não interferir nos assuntos internos de outros países.

Xi afirmou que a China está "disposta a trabalhar com todas as partes da comunidade internacional e defender um conceito de segurança comum, abrangente, cooperativo e sustentável, e salvaguardar firmemente o sistema internacional com as Nações Unidas no centro", segundo o canal CCTV.
Entenda o conflito
O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas" , segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.
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