Publicado 25/02/2022 15:04 | Atualizado 25/02/2022 15:27
Moscou - Cantores, atores e outros artistas do mundo inteiro, incluindo russos, condenam a guerra travada contra a Ucrânia e pedem - mesmo pondo suas carreiras em risco - a paz entre os dois países.
"Medo e dor. Não à guerra", postou no Instagram Ivan Urgant, um sorridente apresentador de um programa de TV russo.
Oxxxymiron, o rapper mais popular do país, declarou em um vídeo que era “contra essa guerra que a Rússia está desencadeando contra a Ucrânia”, chamando-a de “uma catástrofe e um crime”.
"Não pode haver guerra justa. Não à guerra", reagiu o comediante Maxime Galkine no Instagram. "A história conheceu muitos dias sombrios. Mas hoje é ainda mais sombrio", tuitou Yan Nepomniachtchi, o melhor jogador de xadrez da Rússia, no dia da invasão russa.
Elena Tchernenko, correspondente do Kommersant - jornal considerado próximo do poder - organizou uma petição contra a guerra, assinada por uma centena de pessoas.
A situação difere consideravelmente de 2014, quando a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia. Naquela época, centenas de artistas – mas não todos – concordaram em assinar uma petição organizada pelo Ministério da Cultura para apoiar a operação.
Desta vez o apoio apresentado, apesar da pressão ambiente, é muito mais frágil. Na quinta-feira, vários milhares de russos se manifestaram poucas horas após a invasão de seu vizinho ocidental, dos quais cerca de 1,8 mil foram detidos por Moscou, segundo o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
As estrelas nacionais não cruzaram a linha vermelha, pois não mencionaram diretamente o nome do presidente russo Vladimir Putin, que decidiu esta guerra. Mas isso não impediu que o show de Ivan Urgant fosse cancelado na sexta-feira, oficialmente devido a mudanças de grade relacionadas à situação atual, segundo comunicado do canal público Pervy Kanal, que o emprega, à agência Interfax.
A jornalista Elena Tchernenko teve seu credenciamento retirado do Ministério das Relações Exteriores por "falta de profissionalismo", relatou ela no Telegram.
A favor da Ucrânia
"Medo e dor. Não à guerra", postou no Instagram Ivan Urgant, um sorridente apresentador de um programa de TV russo.
Oxxxymiron, o rapper mais popular do país, declarou em um vídeo que era “contra essa guerra que a Rússia está desencadeando contra a Ucrânia”, chamando-a de “uma catástrofe e um crime”.
"Não pode haver guerra justa. Não à guerra", reagiu o comediante Maxime Galkine no Instagram. "A história conheceu muitos dias sombrios. Mas hoje é ainda mais sombrio", tuitou Yan Nepomniachtchi, o melhor jogador de xadrez da Rússia, no dia da invasão russa.
Elena Tchernenko, correspondente do Kommersant - jornal considerado próximo do poder - organizou uma petição contra a guerra, assinada por uma centena de pessoas.
A situação difere consideravelmente de 2014, quando a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia. Naquela época, centenas de artistas – mas não todos – concordaram em assinar uma petição organizada pelo Ministério da Cultura para apoiar a operação.
Desta vez o apoio apresentado, apesar da pressão ambiente, é muito mais frágil. Na quinta-feira, vários milhares de russos se manifestaram poucas horas após a invasão de seu vizinho ocidental, dos quais cerca de 1,8 mil foram detidos por Moscou, segundo o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
As estrelas nacionais não cruzaram a linha vermelha, pois não mencionaram diretamente o nome do presidente russo Vladimir Putin, que decidiu esta guerra. Mas isso não impediu que o show de Ivan Urgant fosse cancelado na sexta-feira, oficialmente devido a mudanças de grade relacionadas à situação atual, segundo comunicado do canal público Pervy Kanal, que o emprega, à agência Interfax.
A jornalista Elena Tchernenko teve seu credenciamento retirado do Ministério das Relações Exteriores por "falta de profissionalismo", relatou ela no Telegram.
A favor da Ucrânia
Menos ameaçadas, as celebridades globais ficaram do lado da Ucrânia por uma esmagadora maioria. O ator e diretor americano Sean Penn está em Kiev, aonde chegou para filmar um documentário para "dizer ao mundo a verdade sobre a invasão russa ao nosso país", informou a Presidência ucraniana, elogiando sua "coragem".
"Apoio à Ucrânia", tuitou o ator Ashton Kutcher, cuja esposa, a atriz Mila Kunis, nasceu na Ucrânia.
"Não podemos ficar de braços cruzados quando uma criança grande bate em uma menor", disse o escritor Stephen King.
Não se distanciar do ataque de Putin se torna um problema até para artistas russos. O famoso maestro Valeri Guerguiev, conhecido por seus laços calorosos com o Kremlin e por um concerto em Palmyra, na Síria, com as forças russas, foi subitamente afastado na quinta-feira no Carnegie Hall de Nova York, onde deveria reger a Filarmônica de Viena. Expressar compreensão pelas razões manifestadas por Moscou para invadir seu vizinho também é fonte de problemas para os políticos ocidentais.
O ex-primeiro-ministro francês François Fillon, membro do conselho de administração da gigante petroquímica russa Sibur, foi duramente criticado por ter escrito que "a recusa dos ocidentais em levar em conta as demandas russas sobre a expansão da Otan leva a um perigoso confronto que poderia ter sido evitado".
O ex-chanceler Gerhard Schröder, presidente do conselho da gigante estatal russa de petróleo Rosneft, também fez rangeu os dentes na Alemanha. Embora tenha condenado a guerra no LinkedIn, ele sugeriu que "muitos erros" foram cometidos "em ambos os lados" pela Rússia e pelo Ocidente nos últimos anos.
O ator francês Gérard Depardieu ainda não reagiu, embora tenha ficado visivelmente menos preocupado nas últimas semanas. Ele, que assumiu a nacionalidade russa em 2013, postou uma foto beijando o presidente Putin no Instagram em meados de fevereiro com a legenda "Amizade".
"Deixem Vladimir em paz. De qualquer forma, não sabemos o que está acontecendo. A Ucrânia sempre foi um problema para a Rússia", acrescentou em um programa de televisão.
"Apoio à Ucrânia", tuitou o ator Ashton Kutcher, cuja esposa, a atriz Mila Kunis, nasceu na Ucrânia.
"Não podemos ficar de braços cruzados quando uma criança grande bate em uma menor", disse o escritor Stephen King.
Não se distanciar do ataque de Putin se torna um problema até para artistas russos. O famoso maestro Valeri Guerguiev, conhecido por seus laços calorosos com o Kremlin e por um concerto em Palmyra, na Síria, com as forças russas, foi subitamente afastado na quinta-feira no Carnegie Hall de Nova York, onde deveria reger a Filarmônica de Viena. Expressar compreensão pelas razões manifestadas por Moscou para invadir seu vizinho também é fonte de problemas para os políticos ocidentais.
O ex-primeiro-ministro francês François Fillon, membro do conselho de administração da gigante petroquímica russa Sibur, foi duramente criticado por ter escrito que "a recusa dos ocidentais em levar em conta as demandas russas sobre a expansão da Otan leva a um perigoso confronto que poderia ter sido evitado".
O ex-chanceler Gerhard Schröder, presidente do conselho da gigante estatal russa de petróleo Rosneft, também fez rangeu os dentes na Alemanha. Embora tenha condenado a guerra no LinkedIn, ele sugeriu que "muitos erros" foram cometidos "em ambos os lados" pela Rússia e pelo Ocidente nos últimos anos.
O ator francês Gérard Depardieu ainda não reagiu, embora tenha ficado visivelmente menos preocupado nas últimas semanas. Ele, que assumiu a nacionalidade russa em 2013, postou uma foto beijando o presidente Putin no Instagram em meados de fevereiro com a legenda "Amizade".
"Deixem Vladimir em paz. De qualquer forma, não sabemos o que está acontecendo. A Ucrânia sempre foi um problema para a Rússia", acrescentou em um programa de televisão.
Acesso ao Facebook
O órgão de controle de comunicações da Rússia disse que está "limitando o acesso" ao Facebook a partir desta sexta-feira(25), acusando a rede social dos EUA de censurar a mídia russa e violar os direitos humanos e dos cidadãos russos.
"De acordo com a decisão do procurador-geral sobre a rede social Facebook, a partir de 25 de fevereiro, a Roskomnadzor adota medidas para limitar seu acesso", disse a agência Roskomnadzor, sem especificar a natureza das limitações.
"De acordo com a decisão do procurador-geral sobre a rede social Facebook, a partir de 25 de fevereiro, a Roskomnadzor adota medidas para limitar seu acesso", disse a agência Roskomnadzor, sem especificar a natureza das limitações.
Entenda o conflito
O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.
A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas", segundo o presidente russo.
Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.
O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.
A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas", segundo o presidente russo.
Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.
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