Usina nuclear ucraniana em Zaporizhzhia foi atingida por bombardeio russo AFP PHOTO / ZAPORIZHZHIA NUCLEAR AUTHORITY
Publicado 04/03/2022 11:33
Paris - Os tiros de tanques russos contra a usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, a maior da Europa, provocaram preocupação e indignação no mundo nesta sexta-feira (4).

AIEA
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pediu o "cessar do uso da força" contra a usina nuclear de Zaporizhzhia e alertou para os riscos de um reator ser atingido.

"É uma situação sem precedentes" e "continua extremamente tensa e difícil", enfatizou o diretor da AIEA, Rafael Grossi, apesar de "os sistemas de segurança dos reatores não terem sido afetados" e os instrumentos de controle dos níveis de radiação estão "totalmente operacionais".

Otan
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, condenou a "irresponsabilidade" da Rússia.

"O ataque a uma usina nuclear mostra a irresponsabilidade desta guerra e a necessidade de acabar com ela", afirmou.

Ucrânia
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acusou Moscou de recorrer ao "terror nuclear" e querer "repetir" a catástrofe de Chernobyl, referindo-se ao acidente nuclear de 1986 naquele país.

"Nenhum outro país, exceto a Rússia, jamais atirou em usinas nucleares. Esta é a primeira vez em nossa história, a primeira vez na história da humanidade. Este Estado terrorista está agora recorrendo ao terror nuclear", disse ele em um vídeo divulgado pela Presidência ucraniana.

Reino Unido
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou as "ações irresponsáveis" do presidente russo, Vladimir Putin, que podem "ameaçar diretamente a segurança de toda a Europa" e convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU "nas próximas horas".

Seu ministro da Defesa, Ben Wallace, acusou Putin de "brincar com fogo".

"É incrivelmente perigoso. Não é perigoso apenas para a Ucrânia e os russos, é perigoso para a Europa", completou.

Itália
O chefe de Governo italiano, Mario Draghi, condenou "o ataque vil da Rússia à usina nuclear de Zaporizhzhia, um ataque à segurança de todos".

"A União Europeia deve continuar a agir com união e com a maior firmeza, junto com seus aliados, para apoiar a Ucrânia e proteger os cidadãos europeus", afirmou.

Noruega
"Um ataque desse tipo é uma loucura", reagiu o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, expressando sua "forte condenação".

A chefe da diplomacia, Anniken Huitfeldt, enfatizou que "é profundamente irresponsável que os combates ocorram perto de instalações desse tipo".

Greenpeace
A ONG de defesa do Meio Ambiente disse estar "profundamente preocupada" e acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de "correr o risco de uma catástrofe nuclear" depois de ter "lançado uma guerra ilegal contra o povo da Ucrânia".

O Greenpeace pediu um cessar-fogo no local da usina e insistiu que "deve ser a última vez que o Exército russo é visto perto de usinas nucleares na Ucrânia".
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