Publicado 09/03/2022 09:10 | Atualizado 09/03/2022 09:28
Kiev - O fornecimento de energia da usina de Chernobyl e seus equipamentos de segurança estão "totalmente" cortados, devido às ações militares russas - informou a operadora ucraniana Ukrenergo nesta quarta-feira (9).
Origem da pior catástrofe nuclear civil em 1986, a central nuclear de Chernobyl "está totalmente desconectada da rede de energia elétrica, devido às ações militares dos ocupantes russos. O local não tem mais fornecimento de energia elétrica", afirma a operadora em sua página do Facebook.
"Não há possibilidade de restabelecer as linhas", já que a ofensiva segue em curso, disse o operador.
Situada em uma zona de exclusão, a central de Chernobyl inclui reatores desativados e instalações de resíduos radioativos.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), com sede em Viena e ligada à ONU, ainda não reagiu a este anúncio.
Poucas horas antes, no entanto, havia relatado que "a transmissão remota de dados dos sistemas de monitoramento de salvaguarda" instalados em Chernobyl havia parado.
A AIEA usa o termo "salvaguardas" para se referir às medidas técnicas aplicadas a materiais nucleares e a atividades para impedir o desenvolvimento de armas nucleares.
Mais de 200 técnicos e guardas estão bloqueados no local e trabalham há 13 dias seguidos sob vigilância russa.
A AIEA pediu à Rússia que permita a troca de pessoal, porque o descanso e os horários regulares de trabalho são cruciais para a segurança do local.
"Estou muito preocupado com a situação difícil e estressante do pessoal da planta nuclear de Chernobyl e com o potencial risco para a segurança nuclear", declarou o diretor-geral do organismo nuclear da ONU, Rafael Grossi.
Grossi reiterou sua oferta de viajar ao local para garantir o "compromisso com a segurança" das centrais nucleares para todas as partes envolvidas.
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