Publicado 15/03/2022 20:07 | Atualizado 15/03/2022 20:10
Moscou - A funcionária de uma emissora de televisão russa que invadiu um noticiário governista para denunciar a ofensiva na Ucrânia foi libertada nesta terça-feira (15), após ser condenada a pagar multa de 275 dólares, equivalente a R$ 1.326 na cotação desta terça-feira.
Marina Ovsiannikova poderá, no entanto, responder a acusações penais que poderiam resultar em severas penas de prisão, segundo uma lei que reprime qualquer "informação falsa" sobre as forças militares russas.
Esta mulher de 43 anos invadiu na noite de segunda-feira a emissora Pervy Kanal, durante a transmissão ao vivo do noticiário do canal, onde ela trabalha como produtora. Ela exibia um cartaz que dizia "Não à guerra, não acreditem na propaganda. Aqui estão mentindo para vocês".
As imagens de seu gesto deram a volta ao mundo e, nas redes sociais, muitas pessoas elogiaram sua "extraordinária coragem", em um contexto de dura repressão a qualquer voz crítica na Rússia.
O presidente francês, Emmanuel Macron, propôs inclusive uma "proteção consular", tanto na embaixada quanto concedendo-lhe asilo.
Nesta terça, um tribunal de Moscou a declarou culpada de cometer uma "infração administrativa" e a condenou a pagar uma multa de 30.000 rublos (275 dólares no câmbio atual), informou um jornalista da AFP presente na audiência.
Descanso
Marina Ovsiannikova poderá, no entanto, responder a acusações penais que poderiam resultar em severas penas de prisão, segundo uma lei que reprime qualquer "informação falsa" sobre as forças militares russas.
Esta mulher de 43 anos invadiu na noite de segunda-feira a emissora Pervy Kanal, durante a transmissão ao vivo do noticiário do canal, onde ela trabalha como produtora. Ela exibia um cartaz que dizia "Não à guerra, não acreditem na propaganda. Aqui estão mentindo para vocês".
As imagens de seu gesto deram a volta ao mundo e, nas redes sociais, muitas pessoas elogiaram sua "extraordinária coragem", em um contexto de dura repressão a qualquer voz crítica na Rússia.
O presidente francês, Emmanuel Macron, propôs inclusive uma "proteção consular", tanto na embaixada quanto concedendo-lhe asilo.
Nesta terça, um tribunal de Moscou a declarou culpada de cometer uma "infração administrativa" e a condenou a pagar uma multa de 30.000 rublos (275 dólares no câmbio atual), informou um jornalista da AFP presente na audiência.
Descanso
Após a audiência, durante a qual se declarou não culpada, Ovsiannikova disse querer "descansar" após estes momentos "tão difíceis". "São dias muito difíceis na minha vida, passei dois dias sem dormir, o interrogatório durou 14 horas", disse em curta declaração à imprensa.
"Não tive direito a falar com pessoas próximas, não tive acesso a uma assistência jurídica e é por isso que estava em uma posição tão difícil", acrescentou. "Hoje tenho que descansar". Contudo, o mais duro para ela ainda pode estar por vir.
A audiência desta terça não estava diretamente relacionada com a invasão de Ovsiannikova durante o telejornal, mas com a difusão em paralelo de um vídeo na internet no qual denunciava a entrada de tropas russas na Ucrânia.
No vídeo, esta mulher explicou que seu pai é ucraniano e sua mãe, russa, e que não suportava a difusão de "mentiras" que transformam os russos em "zumbis".
Seu advogado disse à AFP temer que ela seja julgada por publicação de "informações caluniosas" sobre o exército russo, um crime que pode ser punido com penas de até 15 anos de prisão.
O uso da palavra "guerra" pela imprensa russa ou por particulares para descrever a intervenção russa na Ucrânia é punido com julgamento e fortes sanções. As autoridades russas se referem à sua ofensiva na Ucrânia como "operação militar especial".
Para o Kremlin, a ação de Ovsiannikova foi "vandalismo", nas palavras de seu porta-voz, Dmitri Peskov.
Mas, no exterior, multiplicaram-se as demonstrações de apoio a esta mulher, mãe de dois filhos pequenos. Em Bruxelas, um porta-voz do chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, aplaudiu seu gesto, avaliando que ela tinha "tomado uma posição moral corajosa e ousada ao se opor às mentiras e à propaganda do Kremlin ao vivo em uma emissora de televisão controlada pelo Estado".
"Não tive direito a falar com pessoas próximas, não tive acesso a uma assistência jurídica e é por isso que estava em uma posição tão difícil", acrescentou. "Hoje tenho que descansar". Contudo, o mais duro para ela ainda pode estar por vir.
A audiência desta terça não estava diretamente relacionada com a invasão de Ovsiannikova durante o telejornal, mas com a difusão em paralelo de um vídeo na internet no qual denunciava a entrada de tropas russas na Ucrânia.
No vídeo, esta mulher explicou que seu pai é ucraniano e sua mãe, russa, e que não suportava a difusão de "mentiras" que transformam os russos em "zumbis".
Seu advogado disse à AFP temer que ela seja julgada por publicação de "informações caluniosas" sobre o exército russo, um crime que pode ser punido com penas de até 15 anos de prisão.
O uso da palavra "guerra" pela imprensa russa ou por particulares para descrever a intervenção russa na Ucrânia é punido com julgamento e fortes sanções. As autoridades russas se referem à sua ofensiva na Ucrânia como "operação militar especial".
Para o Kremlin, a ação de Ovsiannikova foi "vandalismo", nas palavras de seu porta-voz, Dmitri Peskov.
Mas, no exterior, multiplicaram-se as demonstrações de apoio a esta mulher, mãe de dois filhos pequenos. Em Bruxelas, um porta-voz do chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, aplaudiu seu gesto, avaliando que ela tinha "tomado uma posição moral corajosa e ousada ao se opor às mentiras e à propaganda do Kremlin ao vivo em uma emissora de televisão controlada pelo Estado".
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