Rússia afirma que matou 500 soldados ucranianos durante a madrugada Aris Messinis/AFP
Publicado 26/04/2022 15:38
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou nesta terça-feira (26) que matou 500 soldados ucranianos nesta madrugada durante ataques contra bases e instalações militares da Ucrânia. Segundo o órgão, 87 alvos foram atingidos.

"Durante a noite, mísseis aéreos de alta precisão das Forças Aeroespaciais russas atingiram quatro instalações militares da Ucrânia, incluindo duas áreas de concentração de mão de obra e equipamento militar do inimigo, bem como dois depósitos de munição perto de Kurulka e Novaya Dmitrovka, na região de Kharkov. A aviação operacional-tática e do Exército atingiu 87 alvos militares da Ucrânia. Entre eles, 79 áreas concentram mão de obra e equipamentos militares", afirmou o ministério.

As forças russas compartilharam um vídeo do que seria um projétil atingindo uma base de armazenamento e reparo do Exército ucraniano. O material também mostra tanques de guerra da Rússia e alguns veículos em ação. De acordo com o órgão, o local tinha munições, armas, documentos e equipamentos dos militares ucranianos.

Apesar da Rússia afirmar que concentrou seus ataques contra alvos militares, autoridades do sul e do leste da Ucrânia disseram que os ataques deixaram nove civis mortos. Sergiy Gaidai, governador da região de Lugansk, no leste, afirmou que três pessoas faleceram sob os escombros de um prédio que ficava na cidade de Popasna.

"Eles se protegiam dos mísseis russos em um porão e o edifício foi atingido", disse.

Já em Kharkiv, um ataque aéreo deixou três pessoas mortas e sete feridas, duas em estado grave, de acordo com o governador regional, Oleg Synegubov.

"Pedimos aos moradores que sejam muito prudentes e, dentro do possível, não saiam dos abrigos", declarou Synegubov.

O governador de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, afirmou que outros dois civis faleceram na região e um, segundo autoridades locais, morreu em Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia.

Também nesta terça-feira, a agência de notícias russa Ria informou que o presidente da Rússia Vladimir Putin exigiu que todos os militares ucranianos que atuam em Mariupol entreguem suas armas. A declaração do mandatário foi feita em uma ligação por telefone com o presidente da Turquia, Recep Tayip Erdogan, responsável pela mediação da reunião entre negociadores dos dois países no mês passado.
Apesar das declarações russas, a Ucrânia ainda não comentou o assunto.
Negociações
Na segunda-feira (25), o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, finge estar negociando um acordo de paz. Apesar disso, ele garantiu que a Rússia seguirá com as negociações.
“Ele é um bom ator. Se você olhar com atenção e ler atentamente o que diz, encontrará milhares de contradições", afirmou Lavrov.
“A boa vontade tem limites. Se ela não for recíproca, não contribui para o processo de negociação. Mas continuaremos negociando com a equipe enviada por Zelensky, e os contatos continuarão”, acrescentou o ministro.
Leia mais