Fóssil de gafanhoto tem cerca de 300 milhões de anos Universidade de Coimbra Divulgação
Publicado 03/05/2022 16:07
Lisboa - Um fóssil de gafanhoto com mais de 300 milhões de anos foi encontrado por pesquisadores na região de São Pedro da Cova, em Gondomar, Portugal. O achado considerado "extremamente raro" na Península Ibérica, segundo comunicado do pesquisador Pedro Correia, do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, estava em uma rocha.
De acordo co,m o pesquisador, o artigo científico que divulgou o achado, publicado nesta terça na revista Historical Biology, revela "um novo gênero e uma nova espécie para a ciência", que recebeu o nome de "Lusitadischia sai".
"O novo fóssil agora descrito para a ciência corresponde a um grupo de insetos saltadores primitivos que existiram no final do paleozoico" destacou Correia, esclarecendo que essa "superordem difundida e diversificada" permanece pouco conhecida na Península Ibérica, "devido à raridade dos registos até ao momento".
Ainda de acordo com o estudioso esta diversidade, "representada por tão poucos registros", mostra a dificuldade de se encontrar fósseis deste grupo na região, segundo Correia, destacando, entretanto, que isso não significa que estes e outros insetos não existiam de forma abundante, e de maneira diversificada, no entanto, as limitações dos registos é "um grande obstáculo" para as descobertas, afirma.
Há um limitado potencial de fossilização deste tipo de fauna pré-histórica na região, e também há uma dificuldade de encontrar e reconhecer estes achados que nem sempre estão preservados. O fóssil 'Lusitadischia sai' é o segundo registo da família Oedischiidae até então descoberto na Península Ibérica, o que "volta a demonstrar que a baixa diversidade demonstrada está subestimada".
O nome da nova espécie é uma homenagem ao paleontólogo e professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Artur Sá, pelo seu "importante contributo na estratigrafia e paleontologia do Paleozoico inferior do sudoeste da Europa, norte de África e também na promoção e valorização do Património Geológico", afirma o investigador.
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