Publicado 11/05/2022 13:22
Vaticano - O papa Francisco se reuniu nesta quarta-feira, 11, no Vaticano, com as esposas de dois combatentes do Batalhão de Azov, milícia paramilitar de extrema direita que lidera a resistência ucraniana na siderúrgica Azovstal, em Mariupol. A indústria é o último bastião da Ucrânia na cidade, que, na prática, já é controlada pelas tropas russas e da autoproclamada república separatista de Donetsk.
Kateryna Prokopenko, esposa do comandante Denys Prokopenko, e Yulya Fedosiuk, mulher de Arseniy Fedosiuk, haviam enviado uma carta ao pontífice e receberam um convite para se encontrar com o líder católico após a audiência geral desta quarta.
Outras duas mulheres também deveriam ter participado do encontro, mas não conseguiram chegar a tempo em Roma. "Foi um momento histórico. Esperamos que isso possa ajudar a salvar nossos maridos e os soldados que estão na Azovstal", declarou Kateryna.
Segundo ela, Francisco prometeu que "fará o possível" para garantir a evacuação dos combatentes entrincheirados na siderúrgica. "Pedimos para ele visitar a Ucrânia e falar com Putin para que vá embora. Sobre isso, ele não respondeu, mas disse que rezará por nós", acrescentou.
O próprio Papa já revelou ter pedido um encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mas o Kremlin nunca respondeu.
Kateryna e Yulya também contaram que os soldados remanescentes na Azovstal "não têm comida, água, remédios nem tratamentos médicos".
"É uma situação terrível. Até a água dos encanamentos da siderúrgica está acabando. Não podemos ficar só olhando essas notícias terríveis. A cada dia, morrem um ou dois soldados feridos", reforçaram.
O Batalhão de Azov foi formado em 2014, na esteira dos conflitos separatistas em Donetsk e Lugansk, e hoje é exaltado na Ucrânia pela resistência contra a invasão russa em Mariupol. No entanto, a milícia também é alvo de críticas por abrigar elementos neonazistas e é acusada pela Rússia de crimes de guerra no Donbass.
Reunião com mulher símbolo de guerra no Vietnã
A vietnamita, Kim Phuc, que ficou famosa no mundo inteiro ao ser fotografada fugindo nua de um ataque com napalm quando tinha nove anos de idade, também foi recebida nesta quarta-feira (11) pelo papa Francisco.
A vietnamita, Kim Phuc, que ficou famosa no mundo inteiro ao ser fotografada fugindo nua de um ataque com napalm quando tinha nove anos de idade, também foi recebida nesta quarta-feira (11) pelo papa Francisco.
Phuc, hoje com 59 anos e residente no Canadá, está na Itália por conta de uma mostra fotográfica e aproveitou a ocasião para visitar o líder católico. O encontro ocorreu ao fim da audiência geral desta quarta na Praça São Pedro e também teve a presença do fotógrafo Nick Ut, autor da imagem histórica.
Ut presenteou o Papa com uma reprodução da foto que virou símbolo da guerra no Vietnã. A imagem foi feita em 1972 e mostra Phuc, então com nove anos, fugindo completamente nua, chorando e com a pele queimada após um bombardeio com napalm em sua aldeia.
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