Publicado 01/06/2022 11:43
As vítimas de pedófilos na igreja francesa poderão receber até 60.000 euros (64.300 dólares) de indenização, anunciou nesta quarta-feira (1º) a Instância Nacional Independente de Reconhecimento e Reparação (Inirr).
A presidente da Inirr, Marie Derain de Vaucresson, indicou que 736 vítimas entraram em contato até 31 de maio, metade delas pedindo uma indenização financeira, "sem especificá-la necessariamente".
Esta indenização "não tem um valor mínimo", mas pode ir até um "valor máximo de 60.000 euros", que se situa na "faixa superior da indenização da justiça civil", indicou esta estrutura.
Padres e religiosos abusaram de 216.000 menores entre 1950 e 2020, número que subiria para 330.000 se fossem levados em conta os leigos que trabalhavam em instituições religiosas, estimou uma comissão independente em outubro.
Esta investigação, encomendada pela Conferência Episcopal (CEF) e pelos Religiosos e Religiosas da França (Corref), representou um terremoto neste país laico, trabalho que continua agora com a questão das indenizações.
O Inirr, encarregado de administrar os pedidos das vítimas de padres e laicos, está alinhado com a Comissão de Reconhecimento e Reparação (CRR), lançada pelas congregações religiosas, que prevê o mesmo montante máximo.
Para calcular o valor, o primeiro estabelece três eixos - gravidade dos abusos, das "falhas" da Igreja e das consequências na saúde física, mental e social -, com base em uma escala de 1 a 10.
Uma comissão de 12 especialistas de diversas especialidades vai analisar a demanda e definir o valor, antes que a Selam, o fundo criado pelo episcopado, comece a pagar. Derain de Vaucresson explicou que as 10 primeiras chegarão ao fundo em 10 de junho.
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