Publicado 12/06/2022 15:33 | Atualizado 12/06/2022 15:35
Paris - Os franceses estão escolhendo legisladores em uma eleição parlamentar neste domingo, e o presidente Emmanuel Macron busca garantir sua maioria enquanto está sob crescente ameaça de uma coalizão de esquerda. Mais de 6 mil candidatos, com idades entre 18 e 92 anos, disputam 577 assentos na Assembleia Nacional no primeiro turno das eleições. Aqueles que receberem mais votos avançarão para a etapa decisiva, em 19 de junho.
Embora os candidatos tenham procurado abordar as preocupações dos consumidores com a inflação, que foi uma questão-chave da campanha, o entusiasmo dos eleitores tem sido geralmente baixo. Isso se refletiu nos primeiros números de comparecimento de domingo, que mostraram que apenas 18% dos 48,7 milhões de eleitores da França votaram até o meio-dia.
Após a reeleição de Macron em maio, sua coalizão centrista busca uma maioria absoluta que permita implementar suas promessas de campanha, que incluem cortes de impostos e aumento da idade de aposentadoria de 62 para 65 anos. Mas as últimas pesquisas de opinião sugerem que Macron e seus aliados podem ter problemas para conquistar mais da metade dos assentos parlamentares. Um governo com uma maioria grande, mas não absoluta, ainda seria capaz de governar, mas apenas barganhando com os legisladores.
A principal força de oposição parece ser a recém-criada coalizão do líder de extrema esquerda Jean-Luc Mélenchon composta por esquerdistas e comunistas. A plataforma da coalizão inclui um aumento significativo do salário mínimo, reduzindo a idade de aposentadoria para 60 anos e travando os preços da energia. Embora a coalizão possa ganhar mais de 200 cadeiras, as projeções atuais dão pouca chance à esquerda de conquistar a maioria na Assembleia Nacional. Macron e seus aliados devem ganhar entre 260 e 320 assentos, de acordo com as últimas pesquisas.
A eleição parlamentar é tradicionalmente uma disputa difícil para os candidatos da extrema-direita francesa. Rivais de outros partidos tendem a se coordenar ou se afastar para aumentar as chances dos oponentes dos candidatos de extrema-direita no segundo turno. O partido liderado por Marine Le Pen, vice-campeã de Macron na eleição presidencial, espera se sair melhor do que há cinco anos, quando conquistou oito cadeiras. Com pelo menos 15 cadeiras, a extrema-direita poderia formar um grupo parlamentar e ganhar mais poderes na assembleia.
As assembleias de voto encerram às 21h00 (de Brasília), com projeções iniciais da agência de pesquisa logo depois.
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