Publicado 20/06/2022 15:13 | Atualizado 20/06/2022 15:20
Paris — O resultado das eleições parlamentares na França, concluídas no domingo, 19, teve um sabor de derrota para o presidente reeleito Emmanuel Macron. Em meio ao levante da esquerda, em uma aliança coordenada pelo ex-concorrente à presidência Jean-Luc Mélenchon, e ao histórico salto da extrema-direita, liderada por Marine Le Pen, outra adversária na corrida ao Palácio Eliseu, o governo perdeu a maioria no Parlamento.
Na nova distribuição de assentos, a ala governista ficou com 245 vagas, 44 a menos que na legislatura passada. Em segundo lugar foi garantido pela France Insoumise (França Insubmissa), de Mélenchon, com 131 cadeiras. O Rassemblement National, de Le Pen, subiu de oito para 89 parlamentares. Com o desenho do Parlamento definido, analistas consideram que o prometido programa reformista e liberal de Macron está comprometido. O fenômeno tem sido chamado de 'tripolarização' da política francesa.
"A situação nesta noite é inédita (...) e representa um risco para o nosso país diante dos riscos em escala nacional e internacional", disse a recém-nomeada primeira-ministra de Macron, Elisabeth Borne.
O plano de reforma da aposentadoria, que aumentaria a idade mínima de 62 para 65 anos, tem pouca chance de avançar. Qualquer acordo precisará contar com apoio de parlamentares de esquerda ou extrema-direita, que teme pela estabilidade de seu programa nos próximos cinco anos à frente do país.
As eleições legislativas de domingo confirmaram a previsão de baixa participação dos eleitores: cerca de 54% dos franceses abriram mão do direito de votar. A abstenção é menor do que a de 57,36% registrada em 2017, mas superior à do primeiro turno deste ano. Na semana passada, 52,51% do eleitorado não foi às urnas.
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