Publicado 29/06/2022 16:58 | Atualizado 29/06/2022 17:03
Paris - A Justiça francesa condenou à prisão perpétua nesta quarta-feira (29) Salah Abdeslam, o único sobrevivente dos comandos que mataram 130 pessoas em Paris e Saint-Denis em 13 de novembro de 2015. Os juízes atenderam à acusação que pediu a pena máxima do Código Penal francês contra Abdeslam, pelo pior atentado em Paris desde a Segunda Guerra Mundial.
Seis anos depois de uma noite de horror que deixou 130 mortos e 10 meses de processo, os 20 acusados receberam suas penas, que vão de dois anos de prisão à prisão perpétua sem liberdade condicional.
A leitura do veredicto foi no Palácio de Justiça de Paris, lotado de sobreviventes, familiares das vítimas e jornalistas.
Abdeslam recebeu a maior pena, aplicada apenas quatro vezes na França, apesar dos esforços de sua defesa em apresentá-la como uma "pena de morte social" e garantir que ele desistiu de detonar os explosivos que carregava junto a seu corpo na noite do ataque.
"Não sou um assassino e se for condenado por assassinatos, vocês cometeriam uma injustiça", declarou o francês de 32 anos, que voltou a pedir desculpas aos sobreviventes e parentes das vítimas.
"A opinião pública pensa que eu estava nos bares, atirando contra as pessoas, que estava no Bataclan. Vocês sabem que a verdade está no sentido contrário", afirmou Absdelam ao tribunal, antes do início das deliberações.
Para a Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT), o principal réu, preso na Bélgica em 18 de março de 2016, quatro dias antes dos atentados contra o metrô e o aeroporto de Bruxelas (32 mortos), tentou ativar seu cinturão de explosivos.
"Ele tem as mãos manchadas com o sangue de todas as vítimas", afirmaram os representantes do Ministério Público.
"Haverá um depois"
Seis anos depois de uma noite de horror que deixou 130 mortos e 10 meses de processo, os 20 acusados receberam suas penas, que vão de dois anos de prisão à prisão perpétua sem liberdade condicional.
A leitura do veredicto foi no Palácio de Justiça de Paris, lotado de sobreviventes, familiares das vítimas e jornalistas.
Abdeslam recebeu a maior pena, aplicada apenas quatro vezes na França, apesar dos esforços de sua defesa em apresentá-la como uma "pena de morte social" e garantir que ele desistiu de detonar os explosivos que carregava junto a seu corpo na noite do ataque.
"Não sou um assassino e se for condenado por assassinatos, vocês cometeriam uma injustiça", declarou o francês de 32 anos, que voltou a pedir desculpas aos sobreviventes e parentes das vítimas.
"A opinião pública pensa que eu estava nos bares, atirando contra as pessoas, que estava no Bataclan. Vocês sabem que a verdade está no sentido contrário", afirmou Absdelam ao tribunal, antes do início das deliberações.
Para a Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT), o principal réu, preso na Bélgica em 18 de março de 2016, quatro dias antes dos atentados contra o metrô e o aeroporto de Bruxelas (32 mortos), tentou ativar seu cinturão de explosivos.
"Ele tem as mãos manchadas com o sangue de todas as vítimas", afirmaram os representantes do Ministério Público.
"Haverá um depois"
A maioria dos outros 13 acusados presentes - seis são julgados à revelia - reiteraram "arrependimentos" ou pedidos de "desculpas". Alguns expressaram "condolências" às vítimas. Muitos afirmaram "confiar na justiça".
"Vou virar uma enorme página e, depois disso, a vida começará de novo. Isso é certo. Haverá um depois", disse ao jornal Libération Aurélie Silvestre, que perdeu o companheiro no Bataclan e a quem o julgamento lhe permitiu "digerir o drama".
A defesa havia alertado contra uma "justiça de exceção" neste ataque, que deu a volta ao mundo e deixou um rastro de sangue no Stade de France, em Saint-Denis, nos terraços de bares da capital e na casa de shows Bataclan, também em Paris.
"O objetivo de um processo é entender para julgar melhor e delimitar a responsabilidade de cada um e evitar que [este tipo de atentados] se repita", declarou nesta quarta-feira Olivia Renan, uma das advogadas de Abdeslam.
Os atentados aconteceram em um contexto de ataques na Europa, enquanto uma coalizão internacional lutava contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque. Milhares de sírios chegavam por sua vez ao continente europeu para fugir da guerra em seu país.
A prisão perpétua "real" é aplicada em pouquíssimos casos na França. Só foi decretada em quatro ocasiões desde que foi instaurada em 1994, para condenados por matar crianças, após estuprá-las e torturá-las.
"Vou virar uma enorme página e, depois disso, a vida começará de novo. Isso é certo. Haverá um depois", disse ao jornal Libération Aurélie Silvestre, que perdeu o companheiro no Bataclan e a quem o julgamento lhe permitiu "digerir o drama".
A defesa havia alertado contra uma "justiça de exceção" neste ataque, que deu a volta ao mundo e deixou um rastro de sangue no Stade de France, em Saint-Denis, nos terraços de bares da capital e na casa de shows Bataclan, também em Paris.
"O objetivo de um processo é entender para julgar melhor e delimitar a responsabilidade de cada um e evitar que [este tipo de atentados] se repita", declarou nesta quarta-feira Olivia Renan, uma das advogadas de Abdeslam.
Os atentados aconteceram em um contexto de ataques na Europa, enquanto uma coalizão internacional lutava contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque. Milhares de sírios chegavam por sua vez ao continente europeu para fugir da guerra em seu país.
A prisão perpétua "real" é aplicada em pouquíssimos casos na França. Só foi decretada em quatro ocasiões desde que foi instaurada em 1994, para condenados por matar crianças, após estuprá-las e torturá-las.
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