Shinzo Abe foi morto durante um comícioAFP
Publicado 09/07/2022 12:08
A comoção tomou conta do Japão por causa da morte do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado na sexta-feira, 8, durante um comício no oeste do país. A polícia admitiu "inegáveis" falhas na segurança. O assassinato do político mais famoso do país abalou os japoneses e provocou manifestações de pesar ao redor do mundo. O caso é ainda mais chocante em função dos reduzidos níveis de criminalidade e das leis severas contra o porte de armas no Japão.
O homem acusado de atirar contra Abe foi detido no local do ataque e, segundo a polícia, confessou o crime. Ele disse que cometeu o ato por pensar que Abe estava ligado a um grupo não identificado. Vários meios de comunicação japoneses citaram um grupo religioso.
A polícia investiga os antecedentes do homem, identificado como Tetsuya Yamagami, um desempregado de 41 anos, incluindo as versões de que ele já teria sido integrante da Força de Autodefesa Marítima, a Marinha japonesa. As autoridades informaram que ele utilizou uma arma de "aparente" fabricação caseira. No momento do ataque, Abe pronunciava um discurso de campanha para as eleições do Senado deste domingo.
O primeiro-ministro Fumio Kishida anunciou que a eleição acontecerá de acordo com o programado. Kishida, membro como Shinzo Abe do Partido Liberal Democrata (PLD, direita nacionalista), participou na manhã deste sábado de um evento de campanha em Yamanashi (oeste de Tóquio) para 600 pessoas e declarou que "a violência não triunfará sobre a palavra".
O corpo de Shinzo Abe chegou durante neste sábado a sua residência, em Tóquio, acompanhado pela esposa do político, Akie. Atingido por dois tiros no pescoço, o ex-premiê foi declarado mortos poucas horas depois do ataque, apesar dos esforços de uma equipe de 20 médicos.
A imprensa japonesa informou que um velório acontecerá na segunda-feira, 11, à noite (horário do Japão) e um funeral na terça-feira apenas com parentes e amigos de Abe. A morte do ex-premiê provocou uma grande comoção no país. O chefe de Governo Fumio Kishida chamou o assassinato de "ato barbárie" e "imperdoável".
O crime foi condenado em todo o mundo. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que estava "impactado, indignado e profundamente triste". Yoon Suk-yeol, presidente da Coreia do Sul, país com o qual Abe teve atritos, disse que o assassinato é um ato "inaceitável". Já a embaixada da China em Tóquio elogiou ex-premiê por sua "contribuição para melhorar e desenvolver" as relações entre os dois países.
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