Publicado 27/07/2022 08:44
O papa Francisco celebrou, nesta terça-feira (26), uma missa em um estádio em Edmonton, no oeste do Canadá, para milhares de pessoas, um dia depois de se desculpar pelo "mal" causado aos povos indígenas do país.
Sob um céu nublado, cerca de 50.000 pessoas compareceram ao Commonwealth Stadium em Edmonton, na província de Alberta, onde o pontífice pronunciou a homilia, sua terceira mensagem desde o início de sua visita no domingo.
Ao som de tambores e canções tradicionais indígenas, o papa de 85 anos chegou acenando de seu papamóvel. Ele parou várias vezes para beijar e abençoar bebês, como é seu costume. Entre a multidão havia muitos canadenses nativos, alguns em trajes tradicionais.
Durante sua homilia em espanhol, Francisco mais uma vez pediu "um futuro em que a história de violência e marginalização sofrida por nossos irmãos indígenas não se repita para ninguém".
Alguns fiéis desfraldaram uma faixa com os dizeres "Toda criança importa", enquanto outros usavam cocares tradicionais. O próprio Francisco usava uma roupa que as autoridades disseram ter sido inspirada na arte indígena.
Durante seu primeiro discurso na segunda-feira, Francisco pediu perdão por décadas de abusos cometidos em internatos escolares para crianças indígenas administrados pela Igreja Católica no Canadá.
"Peço perdão pela maneira como muitos membros da Igreja e das comunidades religiosas cooperaram, também com indiferença, nesses projetos de destruição cultural e assimilação forçada", disse.
"É uma oportunidade única na vida", disse à AFP Mary, enquanto ressoavam os cânticos tradicionais no estádio, na presença de muitos policiais.
O líder espiritual dos quase 1,3 bilhão de católicos do mundo viajará depois ao lago Saint Anne (20h00 em Brasília), situado cerca de 80 quilômetros a oeste de Edmonton, um dos principais lugares de peregrinação da América do Norte.
Todos os anos, desde o final do século XIX, milhares de peregrinos comparecem a esse local para se banhar e rezar nas águas do lago que, segundo os nativos, tem propriedades curativas.
O dia 26 de julho é a festa de Sant'Ana, mãe da Virgem Maria e avó de Jesus na tradição católica, uma figura importante para muitas comunidades nativas canadenses.
Na quarta-feira, ele visitará a cidade de Quebec antes da última etapa da viagem, na sexta, em Iqaluit (Nunavut), cidade no norte do Canadá, na ilha de Baffin, no arquipélago ártico.
'Decepcionado'
Sob um céu nublado, cerca de 50.000 pessoas compareceram ao Commonwealth Stadium em Edmonton, na província de Alberta, onde o pontífice pronunciou a homilia, sua terceira mensagem desde o início de sua visita no domingo.
Ao som de tambores e canções tradicionais indígenas, o papa de 85 anos chegou acenando de seu papamóvel. Ele parou várias vezes para beijar e abençoar bebês, como é seu costume. Entre a multidão havia muitos canadenses nativos, alguns em trajes tradicionais.
Durante sua homilia em espanhol, Francisco mais uma vez pediu "um futuro em que a história de violência e marginalização sofrida por nossos irmãos indígenas não se repita para ninguém".
Alguns fiéis desfraldaram uma faixa com os dizeres "Toda criança importa", enquanto outros usavam cocares tradicionais. O próprio Francisco usava uma roupa que as autoridades disseram ter sido inspirada na arte indígena.
Durante seu primeiro discurso na segunda-feira, Francisco pediu perdão por décadas de abusos cometidos em internatos escolares para crianças indígenas administrados pela Igreja Católica no Canadá.
"Peço perdão pela maneira como muitos membros da Igreja e das comunidades religiosas cooperaram, também com indiferença, nesses projetos de destruição cultural e assimilação forçada", disse.
"É uma oportunidade única na vida", disse à AFP Mary, enquanto ressoavam os cânticos tradicionais no estádio, na presença de muitos policiais.
O líder espiritual dos quase 1,3 bilhão de católicos do mundo viajará depois ao lago Saint Anne (20h00 em Brasília), situado cerca de 80 quilômetros a oeste de Edmonton, um dos principais lugares de peregrinação da América do Norte.
Todos os anos, desde o final do século XIX, milhares de peregrinos comparecem a esse local para se banhar e rezar nas águas do lago que, segundo os nativos, tem propriedades curativas.
O dia 26 de julho é a festa de Sant'Ana, mãe da Virgem Maria e avó de Jesus na tradição católica, uma figura importante para muitas comunidades nativas canadenses.
Na quarta-feira, ele visitará a cidade de Quebec antes da última etapa da viagem, na sexta, em Iqaluit (Nunavut), cidade no norte do Canadá, na ilha de Baffin, no arquipélago ártico.
'Decepcionado'
O papa pediu perdão na segunda-feira diante de uma multidão de povos das Primeiras Nações, Metis e Inuit, em Maskwacis, ao sul de Edmonton, cidade que abrigou o internato Ermineskin de 1895 a 1975.
Henry Swanpy, membro das Primeiras Nações Sagkeeng, disse estar "decepcionado" porque o papa falou em espanhol, e não em inglês. "Quando fui ao internato, fui proibido de falar meu idioma, tinha que falar inglês. [O papa] deveria ter aprendido a pedir desculpas em nosso idioma, não é difícil dizer a palavra 'perdão'", declarou.
Do final do século XIX até a década de 1990, o governo canadense enviou cerca de 150.000 crianças para 139 internatos administrados pela Igreja Católica, onde foram separadas de suas famílias, idioma e cultura.
Muitas sofreram abusos físicos e sexuais nas mãos de diretores e professores, e acredita-se que milhares tenham morrido de doenças, desnutrição ou negligência.
Em maio de 2021, mais de 1.300 sepulturas não identificadas foram descobertas nos locais dos antigos internatos.
Uma delegação de indígenas viajou ao Vaticano em abril e se encontrou com o papa, que se desculpou formalmente por esse passado.
Mas pedir perdão em solo canadense tem um significado enorme para os sobreviventes e suas famílias, para quem a terra de seus ancestrais é de particular importância.
Henry Swanpy, membro das Primeiras Nações Sagkeeng, disse estar "decepcionado" porque o papa falou em espanhol, e não em inglês. "Quando fui ao internato, fui proibido de falar meu idioma, tinha que falar inglês. [O papa] deveria ter aprendido a pedir desculpas em nosso idioma, não é difícil dizer a palavra 'perdão'", declarou.
Do final do século XIX até a década de 1990, o governo canadense enviou cerca de 150.000 crianças para 139 internatos administrados pela Igreja Católica, onde foram separadas de suas famílias, idioma e cultura.
Muitas sofreram abusos físicos e sexuais nas mãos de diretores e professores, e acredita-se que milhares tenham morrido de doenças, desnutrição ou negligência.
Em maio de 2021, mais de 1.300 sepulturas não identificadas foram descobertas nos locais dos antigos internatos.
Uma delegação de indígenas viajou ao Vaticano em abril e se encontrou com o papa, que se desculpou formalmente por esse passado.
Mas pedir perdão em solo canadense tem um significado enorme para os sobreviventes e suas famílias, para quem a terra de seus ancestrais é de particular importância.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.