Publicado 29/07/2022 19:00
Pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, identificaram pela primeira vez em amostras ambientais e domésticas a bactéria que causa a melioidose, uma doença considerada rara e grave. O centro chegou à descoberta da Burkholderia pseudomallei, também chamada de B. pseudomallei, por meio de amostragens de solo e água da região da Costa do Golfo do Mississipi. A informação foi divulgada pelo CDC na quarta-feira, 27.
A identificação fez os pesquisadores do centro de controle acionar um alerta nacional para todos os médicos dos Estados Unidos. A intenção é chamar atenção para que profissionais da saúde estejam cientes dos sinais e sintomas da melioidose, e que considerem que pacientes que apresentam sintomas da doença possam vir a estar com a enfermidade causada pela bactéria B. Pseudomallei.
A melioidose é uma doença rara, mas grave. Os sintomas são inespecíficos, mas os pacientes infectados costumam sentir febre, dores nas articulações e dores de cabeça. Segundo especialistas, o quadro ainda pode se agravar para pneumonia, formação de abscessos ou infecções no sangue — condições que fazem a doença ser letal, pois de 10% a 50% das pessoas diagnosticadas com melioidose vão à óbito.
No entanto, como os casos da patologia são baixos nos Estados Unidos, o CDC entende que o risco da doença atingir a população, em geral, é muito baixo. O país registra, em média, 12 casos de melioidose por ano, sendo que alguns são importados de países endêmicos.
A bactéria B. pseudomallei tem sido historicamente encontrado em áreas de clima tropical e subtropical, como sul e sudeste da Ásia, norte da Austrália e partes da América Central e do Sul e Porto Rico. As características se assemelham a Costa do Golfo do Mississipi (sul dos Estados Unidos), onde a bactéria foi identificada pela primeira vez.
O CDC e autoridades estaduais fizeram a coleta de amostras domésticas no local porque duas pessoas, que vivem próximas à região da Costa do Golfo, foram diagnosticados com melioidose com dois anos de diferença — um em 2020 e outro em 2022. A coleta do conteúdo foi feito perto da casa de ambos.
Três das amostras retiradas do solo e da água de poças deram positivo para B. pseudomallei, segundo o CDC. A pesquisa indicou que as bactérias encontradas possivelmente foram a fonte de infecção para os dois indivíduos.
A melioidose é causada, justamente, pelo contato direto com B. pseudomallei, que é encontrado em solo e água contaminados. Por essa razão, o CDC alerta que moradores da região, sobretudo os que apresentam saúde mais fragilizada — como ter diabetes, doença renal crônica e doença pulmonar — devem ficar atentos.
As recomendações do centro para diminuir as chances de um possível contrair a bactéria B. pseudomallei são: evitar o contato com o solo ou água barrenta, principalmente se estiver com feridas abertas ou com curativos impermeáveis; usar botas impermeáveis ??ao trabalhar em locais que podem ter contaminações, e usar luvas para proteger as mãos quando for trabalhar diretamente com o solo.
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