Publicado 11/08/2022 16:27 | Atualizado 11/08/2022 16:28
Moscou - A jornalista russa Marina Ovsiannikova, conhecida por criticar a ofensiva na Ucrânia ao vivo na televisão, foi colocada em prisão domiciliar como parte de uma investigação criminal que pode levá-la à prisão, anunciou um tribunal de Moscou nesta quinta-feira (11).
Em sessão fechada, o tribunal distrital de Basmanny decidiu colocar Ovsiannikova em prisão domiciliar até 9 de outubro.
A jornalista é acusada de ter "desacreditado" o exército em meados de julho, quando levantou, perto do Kremlin, uma faixa acusando as forças russas de cometer crimes na Ucrânia.
De acordo com um novo artigo do Código Penal, adotado após o início do conflito como forma de dissuadir as críticas, ela pode ser condenada a até 10 anos de prisão.
Na audiência de quinta-feira, Ovsiannikova mostrou uma mensagem que dizia: "Que as crianças mortas (no conflito na Ucrânia) os persigam em seus sonhos".
A jornalista, de 44 anos, foi detida em sua residencia na quarta-feira.
Desde o fim de julho, ela foi condenada a pagar duas multas por ter "desacreditado" o exército russo em mensagens publicadas nas redes sociais.
Ovsyannikova ganhou fama em março ao aparecer em um telejornal do canal pró-Kremlin em que trabalhava, o Canal Uno, com um cartaz que denunciava a ofensiva na Ucrânia e a "propaganda" da imprensa controlada pelo governo.
Depois de trabalhar alguns meses no exterior, em particular para o jornal alemão Die Welt, ela retornou em julho à Rússia para resolver uma disputa legal sobre a custódia dos dois filhos.
As autoridades russas perseguem qualquer crítica à ofensiva ucraniana. Vários opositores foram presos ou fugiram do país, meios de comunicação independentes foram fechados e as principais redes sociais estrangeiras foram bloqueadas.
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