Publicado 14/08/2022 08:43 | Atualizado 15/08/2022 13:14
Nova York - A promotoria do Estado de Nova York acusou ontem Hadi Matar, suspeito de esfaquear o escritor britânico de origem indiana Salman Rushdie, de premeditar o crime. O escritor, que durante a Revolução Islâmica do Irã foi jurado de morte pelo aiatolá Khomeini, foi atacado ao menos dez vezes em um evento literário na sexta-feira.
O autor do ataque, um homem de 24 anos de origem libanesa e morador de Nova Jersey, compareceu ontem a uma audiência de custódia num tribunal em Mayville, em Nova York. Ele foi indiciado por tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Hadi Matar usava um macacão listrado, algemas e sapatos cor de laranja brilhantes, mas não deu declarações ao juiz. Nathaniel Barone, seu defensor público, entrou com uma declaração de inocência em seu nome. Matar foi detido sem fiança, e sua próxima audiência no tribunal foi marcada para 19 de agosto às 15h.
Rushdie respirava ontem com auxílio de aparelhos depois de passar por horas de cirurgia, de acordo com um e-mail de seu agente, Andrew Wylie. Segundo ele, o estado de saúde do autor era grave.
Rushdie pode perder um olho, seu fígado foi danificado e os nervos de seu braço foram cortados, disse o agente.
A polícia do Estado de Nova York disse em uma entrevista coletiva na tarde de sexta-feira que não havia indicação de um motivo, mas que eles estavam trabalhando com o FBI nas investigações.
Informações preliminares indicam que a família de Matar vem de Yaroun, uma cidade no sul do Líbano. Moradores da cidade disseram ontem que os pais de Matar são divorciados e que seu pai, um pastor, ainda mora lá. Jornalistas que tentaram se aproximar dele foram expulsos. Matar nasceu e cresceu nos Estados Unidos.
REAÇÃO
O autor do ataque, um homem de 24 anos de origem libanesa e morador de Nova Jersey, compareceu ontem a uma audiência de custódia num tribunal em Mayville, em Nova York. Ele foi indiciado por tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Hadi Matar usava um macacão listrado, algemas e sapatos cor de laranja brilhantes, mas não deu declarações ao juiz. Nathaniel Barone, seu defensor público, entrou com uma declaração de inocência em seu nome. Matar foi detido sem fiança, e sua próxima audiência no tribunal foi marcada para 19 de agosto às 15h.
Rushdie respirava ontem com auxílio de aparelhos depois de passar por horas de cirurgia, de acordo com um e-mail de seu agente, Andrew Wylie. Segundo ele, o estado de saúde do autor era grave.
Rushdie pode perder um olho, seu fígado foi danificado e os nervos de seu braço foram cortados, disse o agente.
A polícia do Estado de Nova York disse em uma entrevista coletiva na tarde de sexta-feira que não havia indicação de um motivo, mas que eles estavam trabalhando com o FBI nas investigações.
Informações preliminares indicam que a família de Matar vem de Yaroun, uma cidade no sul do Líbano. Moradores da cidade disseram ontem que os pais de Matar são divorciados e que seu pai, um pastor, ainda mora lá. Jornalistas que tentaram se aproximar dele foram expulsos. Matar nasceu e cresceu nos Estados Unidos.
REAÇÃO
No Irã, o ataque ao escritor foi recebido com júbilo entre religiosos xiitas. "Fiquei muito feliz em ouvir a notícia", disse Mehrab Bigdeli, um homem de 50 anos que estuda para se tornar um clérigo muçulmano.
A mensagem foi semelhante na mídia conservadora do Irã. Um dos jornais conservadores disse que o pescoço do demônio havia sido cortado por uma faca
Rushdie ganhou fama internacional em 1981 com seu segundo romance, Os Filhos da Meia-Noite. A obra, que retrata a vida na Índia após a independência, rendeu-lhe o prestigioso prêmio britânico Booker.
A vida de Rushdie mudou completamente depois da publicação de Versos Satânicos em 1988. Os muçulmanos ficaram furiosos com a obra, que eles consideraram uma blasfêmia. O aiatolá Khomeini ordenou a morte do escritor, e Rushdie passou quase uma década escondido, durante a qual nem seus filhos sabiam onde morava.
Mesmo com a ameaça constante diminuindo aos poucos a partir do final da década de 1990, os eventos literários a que Rushdie comparecia eram sujeitos a ameaças ou boicotes.
Sua nomeação como cavaleiro da rainha Elizabeth II em 2007 gerou uma onda de protestos no Irã e no Paquistão, cujo ministro chegou a considerar que seria uma honra matá-lo em um ato suicida.
Desde que se mudou para Nova York, Rushdie tem sido um defensor da liberdade de expressão, especialmente depois que um ataque de islâmicos em 2015 dizimou a equipe da revista Charlie Hebdo em Paris.
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, condenou o ataque. "Em nenhum caso a violência é uma resposta a palavras ditas ou escritas por outros no exercício das liberdades de opinião e expressão", disse.
A mensagem foi semelhante na mídia conservadora do Irã. Um dos jornais conservadores disse que o pescoço do demônio havia sido cortado por uma faca
Rushdie ganhou fama internacional em 1981 com seu segundo romance, Os Filhos da Meia-Noite. A obra, que retrata a vida na Índia após a independência, rendeu-lhe o prestigioso prêmio britânico Booker.
A vida de Rushdie mudou completamente depois da publicação de Versos Satânicos em 1988. Os muçulmanos ficaram furiosos com a obra, que eles consideraram uma blasfêmia. O aiatolá Khomeini ordenou a morte do escritor, e Rushdie passou quase uma década escondido, durante a qual nem seus filhos sabiam onde morava.
Mesmo com a ameaça constante diminuindo aos poucos a partir do final da década de 1990, os eventos literários a que Rushdie comparecia eram sujeitos a ameaças ou boicotes.
Sua nomeação como cavaleiro da rainha Elizabeth II em 2007 gerou uma onda de protestos no Irã e no Paquistão, cujo ministro chegou a considerar que seria uma honra matá-lo em um ato suicida.
Desde que se mudou para Nova York, Rushdie tem sido um defensor da liberdade de expressão, especialmente depois que um ataque de islâmicos em 2015 dizimou a equipe da revista Charlie Hebdo em Paris.
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, condenou o ataque. "Em nenhum caso a violência é uma resposta a palavras ditas ou escritas por outros no exercício das liberdades de opinião e expressão", disse.
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