Publicado 27/08/2022 13:17
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que facilita a permanência e o trabalho de centenas de milhares de pessoas que deixaram a Ucrânia e seguiram para a Rússia desde a intervenção militar de Moscou naquele país.
Os donos de passaporte ucraniano e os habitantes dos territórios separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk (no leste da Ucrânia) poderão permanecer na Rússia "sem limite de tempo", segundo as "medidas temporárias" publicadas neste sábado, 27.
Até o momento, os ucranianos poderiam permanecer na Rússia por no máximo 90 dias no período de seis meses e para trabalhar precisavam solicitar uma autorização especial.
A partir de agora, eles terão "o direito de exercer uma atividade profissional na Rússia sem a necessidade de permissão de trabalho".
Mas, para aproveitar as medidas, as pessoas devem passar por exames de detecção do uso de drogas e para doenças infecciosas, além de declarar sua presença deixando sua foto e impressões digitais nos arquivos.
O decreto proíbe a expulsão para a Ucrânia dos cidadãos do país, exceto aqueles que cumpriram pena de prisão ou são considerados uma ameaça à segurança da Rússia.
Putin assinou outro decreto que determina o pagamento de subsídios sociais a pessoas vulneráveis (aposentados, pessoas com deficiências, mulheres grávidas) que foram forçadas a deixar a Ucrânia ou os territórios separatistas.
De acordo com Moscou, 3,6 milhões de ucranianos, incluindo 587 mil crianças, fugiram da Rússia depois da ofensiva militar determinada por Putin contra o país vizinho no fim de fevereiro. As autoridades russas estimulam as viagens e prepararam centros de recepção em todo o país.
Muitos refugiados, ajudados por ativistas, conseguiram deixar a Rússia pouco depois e seguir para outros países da Europa.
O governo russo anunciou em julho medidas para facilitar a naturalização de ucranianos. Kiev denunciou a iniciativa como uma tentativa de Moscou de consolidar sua influência nos territórios conquistados por suas tropas.
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