Profissionais voltavam da cobertura de uma festa popularReprodução/Redes Sociais
Publicado 29/08/2022 09:54 | Atualizado 29/08/2022 09:58
Dois jornalistas foram mortos a tiros por motociclistas neste domingo, 28, após fazerem a cobertura de uma festa popular no caribe colombiano. Segundo a polícia, o crime aconteceu durante a madrugada, enquanto faziam uma viagem de carro entre os municípios de El Copey e Fundación.
Os repórteres foram abordados "por dois criminosos em uma motocicleta" que "dispararam com uma arma" contra Leiner Montero Ortega, de 37 anos e Dilia Contreras Cantillo, 39, disse o coronel Andrés Serna, comandante da polícia de Magdalena. Os profissionais trabalhavam no portal Sol Digital de Fundación, localizado nesse departamento do norte da Colômbia.
O ataque também deixou um ferido "que está recebendo atendimento médico", explicou Serna, que não especificou se também é jornalista.
Um vídeo publicado por volta das 19h30 de sábado na página do Sol Digital no Facebook mostra várias pessoas reunidas nas festas populares do município de Santa Rosa de Lima, a cerca de 16 quilômetros de Fundación.
De acordo com as primeiras investigações, o ataque estaria relacionado a um "ato de intolerância" durante a celebração, expressão usada pelas autoridades colombianas para se referir a discussões e agressões físicas. Mas a Fundação para a Liberdade de Imprensa (Flip) pediu que as autoridades "considerem o trabalho jornalístico de Leiner e Dilia", que também era diretora do portal "La Bocina".
 
Violência em alta 
Segundo o relatório mais recente dessa ONG colombiana, a violência contra jornalistas no país aumentou em 2021 e 768 profissionais foram vítimas de algum tipo de agressão, incluindo um assassinato.
Andrés Serna convocou um conselho de segurança na região de Fundación, uma das "mais afetadas pela violência, pobreza, economias ilícitas e fragilidade institucional", segundo o governo da Colômbia, maior exportador mundial de cocaína. Desde a assinatura do acordo de paz com a ex-guerrilha das Farc em 2016, 10 repórteres foram assassinados.
"Condenamos o assassinato dos jornalistas", tuitou Juan Pappier, pesquisador sênior da ONG Human Rights Watch. O senador Alirio Barrera, do partido de oposição Centro Democrático (direita), expressou suas condolências nessa mesma rede social, onde lembrou que ambos os comunicadores trabalharam em sua campanha para as eleições legislativas de março.
O presidente do Senado, Roy Barreras, da coalizão governista de esquerda Pacto Histórico, afirmou que se tratou de um ataque "contra a vida da democracia" e exigiu o esclarecimento do crime.
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