Publicado 31/08/2022 14:28 | Atualizado 31/08/2022 16:36
Santiago - Em entrevista à revista Time nesta quarta-feira (31), o presidente do Chile Gabriel Boric defendeu uma ação conjunta dos países da América Latina para impedir um eventual golpe de estado no Brasil, caso o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) não aceite o resultado das eleições.
Boric deu a declaração ao ser questionado sobre o que faria para apoiar a democracia brasileira. “Foi muito esperançoso ver a carta de São Paulo, que tem um milhão de assinaturas a favor da democracia, com a transversalidade dos signatários de [vários setores da sociedade e da política]. Foi um sinal poderoso da sociedade civil brasileira. Se houver uma tentativa como aconteceu, por exemplo, com a Bolívia [em 2020], onde se acusou de fraude que não foi, e um golpe de Estado foi validado, a América Latina tem que reagir em conjunto para colaborar na prevenção”, disse o líder chileno.
Boric deu a declaração ao ser questionado sobre o que faria para apoiar a democracia brasileira. “Foi muito esperançoso ver a carta de São Paulo, que tem um milhão de assinaturas a favor da democracia, com a transversalidade dos signatários de [vários setores da sociedade e da política]. Foi um sinal poderoso da sociedade civil brasileira. Se houver uma tentativa como aconteceu, por exemplo, com a Bolívia [em 2020], onde se acusou de fraude que não foi, e um golpe de Estado foi validado, a América Latina tem que reagir em conjunto para colaborar na prevenção”, disse o líder chileno.
A declaração do presidente chileno é uma referência à “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, que reuniu mais de 1 milhão de assinaturas. O documento, divulgado em 26 de julho, foi lido durante ato pró-democracia no Pátio das Arcadas do largo de São Francisco em 11 de agosto.
O manifesto foi organizado pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) e conta com o apoio de organizações da sociedade civil. A carta defende o processo eletrônico de votação e critica “ataques infundados” às eleições.
Tensão entre líderes
O manifesto foi organizado pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) e conta com o apoio de organizações da sociedade civil. A carta defende o processo eletrônico de votação e critica “ataques infundados” às eleições.
Tensão entre líderes
Na segunda-feira (29), o governo do Chile convocou o embaixador do Brasil em Santiago, Paulo Roberto Soares Pacheco, após Bolsonaro afirmar que Boric “queimou o metrô” durante protestos antes de assumir a presidência do país.
A ministra das Relações Exteriores, Antonia Urrejola, disse que as declarações de Bolsonaro durante o debate eleitoral de domingo (28) sobre o presidente chileno são “absolutamente falsas” e que “corroem a democracia e as relações bilaterais”.
Durante suas considerações finais no debate, Bolsonaro afirmou que “Lula apoiou o Presidente do Chile [Gabriel Boric] também, o mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile”. Na terça-feira (30), Bolsonaro endossou a declaração afirmando que disse a “a verdade” sobre Boric.
A ministra das Relações Exteriores, Antonia Urrejola, disse que as declarações de Bolsonaro durante o debate eleitoral de domingo (28) sobre o presidente chileno são “absolutamente falsas” e que “corroem a democracia e as relações bilaterais”.
Durante suas considerações finais no debate, Bolsonaro afirmou que “Lula apoiou o Presidente do Chile [Gabriel Boric] também, o mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile”. Na terça-feira (30), Bolsonaro endossou a declaração afirmando que disse a “a verdade” sobre Boric.
"O presidente do Chile agora acabou de chamar seu embaixador. É a maneira que ele tem de demonstrar insatisfação comigo. Se exagerei ou não, não deixei de falar a verdade. A Constituinte do Chile vai na contramão do que qualquer país democrático quer. Isso é problema deles? É problema deles. O cidadão lá teve apoio do cara [em referência ao ex-presidente Lula] aqui no Brasil", disse Bolsonaro.
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