Publicado 12/09/2022 16:47 | Atualizado 12/09/2022 17:15
Washington - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse a um assessor que "simplesmente não iria sair" da Casa Branca, após ser derrotado nas eleições pelo presidente americano Joe Biden nas eleicões de 2020. A informação consta em um novo livro intitulado 'Confidence man: the making of Donald Trump and the breaking of America' (Homem de confiança: a criação de Donald Trump e a ruptura da América, em tradução livre), escrito pela jornalista Maggie Haberman. A obra será lançada em 4 de outubro.
No livro, consta que Trump falou ainda a outro assessor que eles "nunca iriam embora". E questionou: "Como você pode sair quando ganhou uma eleição?". Nunca houve, no entanto, nenhum indício de fraude nas eleições presidenciais americanas de 2020.
Maggie, que além de correspondente da Casa Branca para o The New York Times, também é analista política da CNN, afirmou à emissora que revisou as reportagens para o livro e publicou novos detalhes sobre a insistência de Trump de que pretendia permanecer na Casa Branca apesar de sua derrota eleitoral. A jornalista relata que o ex-presidente foi ouvido choramingando e perguntando à presidente do Comitê Nacional Republicano, Ronna McDaniel: "Por que eu deveria sair se eles roubaram de mim?"
A postura antidemocrática de Trump no privado contradiz as declarações públicas que ele fez a repórteres a menos de um mês após a eleição de que ele "certamente sairia" no caso de uma eventual derrota nas urnas. "Eu vou [aceitar], e você sabe disso", disse o ex-presidente à imprensa em 26 de novembro de 2020.
As mentiras proferidas por Trump de que ele havia sido fraudado nas eleições culminaram no ataque ao Capitólio, em Washignton, em 6 de janeiro do ano passado, no qual sete pessoas morreram. No início deste ano, um comitê da Câmara realizou ano uma série de audiências públicas, sob o argumento de que o ex-presidente havia violado uma lei federal quando ignorou os apelos para tomar as medidas que impediram o ataque de seus apoiadores à sede do Congresso americano. Até o momento, ele não foi condenado por nenhum crime.
Nenhum dos antecessores de Trump jamais ameaçou permanecer na Casa Branca após o fim de seus mandatos. O único paralelo remotamente próximo é um episódio que ocorreu em 1865, com a ex-primeira-ministra Mary Todd Lincoln. Naquele ano, em abril, ela permaneceu na Casa Branca por algumas semanas após o assassinato de seu marido.
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