Publicado 21/09/2022 13:26 | Atualizado 21/09/2022 13:30
A ameaça do presidente russo, Vladimir Putin, de eventualmente usar armamento nuclear na Ucrânia coloca a paz mundial em perigo, denunciou o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, nesta quarta-feira, 21.
"Ameaçar com armas nucleares é inaceitável e um perigo real para todos. A comunidade internacional deve se unir para prevenir tais ações. A paz mundial está em perigo", afirmou Borrell em mensagem no Twitter.
Segundo o diplomata espanhol, os anúncios de Putin sobre "falsos referendos, mobilização militar parcial e chantagem nuclear são uma grave escalada" no conflito na Ucrânia.
Em um discurso transmitido pela televisão nesta quarta-feira, 21 Putin anunciou a mobilização de reservistas e ameaçou usar armas nucleares em defesa dos interesses russos. "Usaremos todos os meios à nossa disposição para proteger a Rússia e nosso povo", disse ele. "E eu estou dizendo 'todos os meios' [...] Isso não é um blefe", ele insistiu.
Pouco antes, o porta-voz de Borrell, Peter Stano, havia afirmado que os anúncios de Putin sobre a mobilização de reservistas e os referendos de anexação de várias regiões da Ucrânia mostram o "desespero" do presidente russo.
"O discurso do presidente Putin [nesta quarta-feira] e os anúncios que ele fez tanto sobre referendos quanto sobre mobilização parcial são apenas mais uma prova de que Putin não está interessado na paz (...) Este também é outro sinal de seu desespero", disse Stano.
Na opinião de Stano, para a comunidade internacional esses gestos são "um sinal claro" de que Putin "só está interessado em avançar e continuar sua guerra destrutiva, que já teve tantas consequências em todo o mundo".
Quanto à convocação de referendos para decidir sobre a eventual anexação da Rússia de várias regiões ocupadas na Ucrânia, o funcionário disse que não terão efeito real, pois não serão reconhecidos pela UE.
"Os territórios ocupados fazem parte da Ucrânia, que tem o direito de restabelecer sua autoridade sobre eles, e a UE está pronta para manter seu apoio no domínio militar", afirmou.
"Já antecipamos que essas são ações que terão consequências de nossa parte", disse Stano.
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