Publicado 23/09/2022 15:03 | Atualizado 23/09/2022 15:14
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, acusado nos últimos dias de ser um cético da mudança climática, afirmou nesta sexta-feira (23/09) em uma entrevista que não tem intenção de deixar seu cargo e rejeitou novamente as acusações que recebeu.
Após ser questionado pelo jornal político, Malpass declarou que nunca considerou renunciar o cargo e que nenhum dos Estados-membros da instituição internacional pediu a sua saída. O presidente do Banco Mundial foi criticado por não reconhecer o papel dos combustíveis fósseis no aquecimento global durante uma mesa redonda nesta terça-feira (20/09) organizada pelo jornal The New York Times.
Na ocasião, ele foi questionado sobre a declaração do ex-vice presidente dos Estados Unidos sobre uma declaração do ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que o acusou de ser um negacionista da mudança climática, pois Malpass se recusou a responder se acreditava que as emissões causadas pela atividade humana eram responsáveis pelo aquecimento do planeta. Ele alegou não ser cientista, e por isso não poderia responder sobre a questão. Com o aumento das críticas, o presidente do Banco Mundial decidiu esclarecer seu posicionamento nesta quinta-feira (22/09) e sexta-feira (23/09).
"Está claro que as emissões de gases de efeito estufa da atividade humana estão aumentando, causando mudanças climáticas. Então, a tarefa para nós, para o mundo, é reunir os projetos e o financiamento que realmente causem impacto", afirmou ao Jornal Político.
Em entrevista à CNN um dia antes, Malpass também reconheceu que a mudança climática vinha de fontes criados pelo homem como os combustíveis fósseis, metano usos agrícolas e industriais. Ele também negou as acusações sobre ser negacionista e admitiu que não conseguiu transmitir bem o que na verdade ele queria dizer.
O chefe do Banco Mundial é tradicionalmente americano, enquanto o líder do outro grande credor internacional, o FMI, tende a ser europeu. Malpass é um veterano de administrações republicanas e foi nomeado em 2019 sob a presidência de Donald Trump, conhecido por suas posições negacionistas sobre a realidade das mudanças climáticas.
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