Publicado 23/09/2022 15:43 | Atualizado 23/09/2022 16:08
Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, e da China, Wang Yi, reuniram-se nesta sexta-feira (23) em Nova York, em meio a tensões bilaterais sobre Taiwan. Antes de iniciarem a reunião à margem da Assembleia Geral anual da ONU, Blinken e Yi apertaram as mãos e trocaram cumprimentos diante das câmeras.
Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, o secretário Antony Blinken enfatizou que preservar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan é fundamental para a segurança e a prosperidade regional e mundial.
Este é seu primeiro encontro desde julho passado, em Bali, quando se mostraram dispostos a retomar o diálogo bilateral. Um mês depois, a presidente da Câmara de Representantes (Deputados) dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, viajou para Taiwan, o que provocou a ira de Pequim e renovou as tensões entre as duas grandes potências.
Em uma entrevista no domingo (18/09), o presidente americano, Joe Biden, disse estar pronto para intervir militarmente, caso Pequim ataque Taiwan. Nesta quinta-feira (22/09), o chanceler chinês disse que se encontrou em Nova York com o enviado americano do clima, o ex-secretário de Estado John Kerry, embora Pequim tenha suspendido a cooperação com Washington nesta matéria, em retaliação à visita de Pelosi a Taiwan.
Pouco antes de seu encontro com Wang Yi, Blinken se reuniu com seus colegas do Quad, grupo formado por Austrália, Japão e Índia e que a China acredita ter sido criado para isolá-la.
"Nossos quatro países conhecem muito bem os importantes desafios que enfrentam, e isso exige que trabalhemos juntos mais do que nunca", disse Blinken naocasião.
Em um discurso na quinta-feira, Wang expressou novamente a profunda raiva de Pequim pelo apoio dos EUA à ilha de Taiwan. De acordo com ele, a questão de Taiwan se tornou o ponto de tensão mais arriscado nas relações dos Estados Unidos e China.
"Se mal administrada, pode devastar as relações bilaterais", alertou, em conferência no "think tank" Asia Society. "Assim como os Estados Unidos não permitem a saída do Havaí, a China tem o direito de defender a unificação do país", acrescentou.
Wang declarou ainda que ambos os países querem que o relacionamento bilateral "funcione" sem confronto e observou que Washington joga em várias frentes ao mesmo tempo.
As conversas desta sexta-feira podem estabelecer uma possível primeira reunião entre Biden e seu colega chinês, Xi Jinping, provavelmente em novembro, em Bali, à margem de uma cúpula do G20.
O Congresso americano é um forte defensor do aprofundamento dos laços com Taiwan. Um projeto de lei que contempla a primeira ajuda militar direta dos Estados Unidos à ilha asiática superou, recentemente, uma etapa fundamental no Senado.
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