Publicado 27/09/2022 13:43
A Meta, empresa responsável pelo Facebook e Instagram, anunciou nesta terça-feira, 27, que derrubou aparentemente a maior rede de desinformação da Rússia sobre a guerra na Ucrânia. Uma rede menor da China também foi derrubada pela empresa. Ela seria usada para influenciar as próximas eleições americanas.
No centro da rede russa, iniciada em maio, estavam 60 sites falsos imitando meios de comunicação conhecidos como os jornais alemães Der Spiegel e Bild, o inglês The Guardian e a agência italiana ANSA, disse a empresa de Mark Zuckerberg. Os conteúdos eram direcionados principalmente à Alemanha, mas também França, Itália, Ucrânia e Reino Unido, segundo informações de David Agranovich, funcionário da Meta, durante uma coletiva de imprensa.
A operação criou artigos com críticas à Ucrânia e apoio à Rússia, e os compartilhou em pelo menos cinco redes sociais e em plataformas de petição online. Após jornalistas alemães questionarem a autenticidade desses sites, a Meta decidiu investigar o caso. "Essa é provavelmente a maior e mais complexa operação de origem russa que interrompemos desde o início da guerra na Ucrânia", com "uma combinação verdadeiramente incomum de sofisticação e força bruta", explica Agranovich.
Ele acrescenta que, por um lado, a imitação de sites existentes em vários idiomas requer "grandes investimentos técnicos e linguísticos". Por outro, a divulgação dos artigos nas redes sociais foi feita principalmente através da compra de anúncios ou de contas falsas, sem muito sucesso. Muitas vezes, essas contas eram detectadas automaticamente pelo sistema de alerta da Meta.
Ao todo, a empresa californiana confirma ter bloqueado 1.633 contas, 703 páginas e um grupo no Facebook, assim como 29 contas no Instagram. Já a rede operada na China e detectada pela Meta, muito menor, tentou várias operações, duas delas direcionadas aos americanos. Na primeira, contas falsas se passavam por conservadores e discutiam temas como armas ou aborto, ou até criticavam Joe Biden. As mensagens estavam principalmente em inglês, mas também eram encontradas em chinês ou francês.
Na outra rede, quem se denominava progressista criticava as posições do Partido Republicano também sobre armas ou aborto, ou atacava pessoalmente as políticas republicanas. Essa é a primeira vez que uma operação de desinformação tem como alvo tanto os democratas como os republicanos, ao levantar temas controversos antes das eleições legislativas do dia 8 de novembro, destaca a Meta.
Essa mesma rede com sede na China também atacou internautas tchecos com material que criticava o apoio de seu governo à Ucrânia, sua política em relação à China e, no geral, tentou divulgar informações sobre questões geopolíticas que criticavam os Estados Unidos.
Nesta segunda rede, no total, a Meta bloqueou 81 contas, oito páginas e um grupo no Facebook, assim como duas contas no Instagram. A empresa disse não ter provas suficientes para incriminar determinados grupos na Rússia ou na China.
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